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Mônica Rodrigues da Costa

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Musical conta a história "Um Violinista no Telhado" com graça e melancolia

Por Mônica Rodrigues da Costa
05/04/12 09:00

José Mayer e Soraya Ravenle, como Tevye e Golda /Foto Robert Schwenck/Divulgação

No excelente DVD “O Povo Brasileiro” (2005), com Darcy Ribeiro e baseado em seu livro com título homônimo ao do documentário, o antropólogo fala das origens de Portugal, país miscigenado que trouxe a mistura e segredos de muitas etnias para o Brasil colonizado.

O filme tem direção de Isa Grinspum Ferraz. É recomendado para quem idade a partir de 14 anos, mas pode muito bem ser visto por crianças de 11 e 12 anos, acompanhadas dos pais.

Há cenas de nudez e passagens que retratam a violência da dominação pelo colonizador.

Ribeiro trata a “identidade” no contexto histórico e exemplifica com a cultura judaica a sensação de pertencimento e de associação íntima que qualquer um sente quando está diante de uma pessoa do mesmo grupo cultural ou étnico.

Sem querer aqui retratar o debate, menciono-o porque certos produtos culturais carregam em si essa vivência, seja de forma involuntária ou não, e fazem o público questionar suas origens ou rememorá-las.

O musical “Um Violinista no Telhado” rememora um fragmento dessa discussão milenar, de modo leve e um pouco triste.

Ao assistir ao espetáculo, vi nas cenas das festas com acordeão e cantorias um pouco do Rio Grande Sul materno. Outras cenas, porém, distanciam-se dessas características herdadas e concentram o enredo nos assuntos da etnia judaica, como tradições religiosas, regras de casamento, convívio social.

No início o canto do elenco anuncia que a história a seguir será mesmo esta: a perseguição e fuga dos judeus, e reforça a importância da tradição.

O musical refere-se de modo direto ao preconceito praticado pelo regime czarista russo e às perseguições conhecidas como “pogroms”, segundo o historiador Michel Gherman, em texto no programa da superprodução.

A peça tem por base o livro de Sholem Aleichem, pseudônimo de Salomon N. Rabinovich (1859-1916), nascido na região ucraniana da Zona de Residência Judaica, e conta a história de uma família de mãe, pai e cinco filhas em idade de casar no século 19.

A trama é cheia de peripécias e belíssimas passagens de canto e dança, que se alternam com o drama dialogado.

Um das filhas se casa com um não-judeu e o pai vive a tensa ambiguidade entre manter a tradição endogâmica e negar a filha ou amá-la como sempre fez.

Julia Fajardo e Mayer/Foto Guido Melgar/Divulgação

A montagem constrói-se de pequenas tramas como essa, que mostram os problemas vividos pelos judeus de uma pequena aldeia às vésperas da Primeira Guerra Mundial.

José Mayer e Soraya Ravenle, como Tevye e Golda, protagonizam o cotidiano familiar com atuação impecável. Ele, leiteiro, ela, dona de casa.

Tudo nesse musical é medido e pensado, desde os objetos de cena até os cenários grandiosos, o figurino de época, a música em especial, com orquestra regida por Márcio Telles e direção musical de Marcelo Castro.

A crítica

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/31861-magnetismo-de-jose-mayer-conduz-novo-espetaculo.shtml

do articulista Alcino Leite Neto destaca com propriedade a interpretação dos atores e o estilo de José Mayer.

Chama a atenção o vaivém entre o canto e a fala de Mayer, que usa os pulmões e as cordas vocais como ferramentas para revelar a emoção ambivalente que percorre o espetáculo.

“Um Violinista no Telhado” é dirigido por Charles Möeller e tem a versão brasileira assinada por Claudio Botelho. O libreto é de Joseph Stein.

Fica até julho na capital paulista, no teatro Alfa, e vale um programa com os pré-adolescentes.

Link para serviços: http://www.teatroalfa.com.br/?q=node/226

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