Mônica Rodrigues da Costateatro – Mônica Rodrigues da Costa http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br Comentários culturais para crianças e adultos lerem juntos Mon, 18 Nov 2013 13:23:01 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Jogo de papéis dá graça ao espetáculo de teatro de bonecos "Esses Olhos Tão Grandes" http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/2012/04/09/jogo-de-papeis-da-graca-ao-espetaculo-de-teatro-de-bonecos-esses-olhos-tao-grandes/ http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/2012/04/09/jogo-de-papeis-da-graca-ao-espetaculo-de-teatro-de-bonecos-esses-olhos-tao-grandes/#respond Mon, 09 Apr 2012 12:00:04 +0000 http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/?p=736 Continue lendo →]]>  

Boneca que interpreta Chapeuzinho Vermelho

A montagem “Esses Olhos Tão Grandes” é divertida. Seu forte é a mistura, como se observa em muitas peças hoje.

Os dois atores em cena vestem os bonecos, o que dá a sensação que os bonecos são quase vivos, expressam emoções e se movimentam como a gente.

Uma menina esperta está no sótão de um teatro e quer inventar uma história só dela. Sai então do baú uma estranha criatura. Ela é perigosa: parece um mestre de cerimônias, mas faz papel de vilão – o Lobo Mau.

Isso mesmo, com toda a astúcia e crueldade do lobo. Engoliu a vovó inteira, um horror.

Tudo porque a menina sem história escolheu o conto da personagem Chapeuzinho Vermelho para interpretar.

Marcia Fernandes atua bem e manipula com graça. Representa Chapeuzinho e a Vovó nessa história cuja construção ocorre à vista do espectador.

A boneca que a atriz anima faz um teste antes de interpretar a garota, e a plateia morre de rir quando ela faz encenações de medo ou alegria.

É comum no teatro de bonecos que as vozes dos personagens sejam caricatas. Um pouco mais de contenção na expressão vocal de Marcia tornaria ainda melhor sua atuação.

Cleber Laguna está à vontade como Lobo Mau e manipula também a personagem da Vovó.

Levemente cômicos, os personagens entram e saem de seus papéis e combinam o que vão fazer nas cenas seguintes. Bonecos manipulam bonecos. Esse jogo entre a ilusão e a construção enriquece os pontos de vista narrativos.

O enredo é elíptico e isso é outro aspecto forte do espetáculo, porque as peripécias são conhecidas pelas crianças e elas reagem bem aos trechos subentendidos do enredo.

O cenário é simples, quatro baús que guardam os bonecos, objetos de cena e servem de mesa para a representação. Há uma cortina de tecido rústico no centro do palco, que funciona como tela para teatro de sombras em algumas passagens.

Da Cia. Mevitevendo, “Esses Olhos Tão Grandes” tem texto, direção, criação de cenários e bonecos de Laguna e criação de figurinos e trilha sonora de Fernandes.

A peça encerrou temporada ontem no Sesc Belenzinho, mas deve voltar em breve a cartaz, Marcia Fernandes disse que o grupo procura espaço.

Há o vídeo sobre a companhia: http://www.youtube.com/watch?v=XZOImCWB81M

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Musical conta a história "Um Violinista no Telhado" com graça e melancolia http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/2012/04/05/musical-conta-a-historia-um-violinista-no-telhado-com-graca-e-melancolia/ http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/2012/04/05/musical-conta-a-historia-um-violinista-no-telhado-com-graca-e-melancolia/#respond Thu, 05 Apr 2012 12:00:04 +0000 http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/?p=690 Continue lendo →]]>

José Mayer e Soraya Ravenle, como Tevye e Golda /Foto Robert Schwenck/Divulgação

No excelente DVD “O Povo Brasileiro” (2005), com Darcy Ribeiro e baseado em seu livro com título homônimo ao do documentário, o antropólogo fala das origens de Portugal, país miscigenado que trouxe a mistura e segredos de muitas etnias para o Brasil colonizado.

O filme tem direção de Isa Grinspum Ferraz. É recomendado para quem idade a partir de 14 anos, mas pode muito bem ser visto por crianças de 11 e 12 anos, acompanhadas dos pais.

Há cenas de nudez e passagens que retratam a violência da dominação pelo colonizador.

Ribeiro trata a “identidade” no contexto histórico e exemplifica com a cultura judaica a sensação de pertencimento e de associação íntima que qualquer um sente quando está diante de uma pessoa do mesmo grupo cultural ou étnico.

Sem querer aqui retratar o debate, menciono-o porque certos produtos culturais carregam em si essa vivência, seja de forma involuntária ou não, e fazem o público questionar suas origens ou rememorá-las.

O musical “Um Violinista no Telhado” rememora um fragmento dessa discussão milenar, de modo leve e um pouco triste.

Ao assistir ao espetáculo, vi nas cenas das festas com acordeão e cantorias um pouco do Rio Grande Sul materno. Outras cenas, porém, distanciam-se dessas características herdadas e concentram o enredo nos assuntos da etnia judaica, como tradições religiosas, regras de casamento, convívio social.

No início o canto do elenco anuncia que a história a seguir será mesmo esta: a perseguição e fuga dos judeus, e reforça a importância da tradição.

O musical refere-se de modo direto ao preconceito praticado pelo regime czarista russo e às perseguições conhecidas como “pogroms”, segundo o historiador Michel Gherman, em texto no programa da superprodução.

A peça tem por base o livro de Sholem Aleichem, pseudônimo de Salomon N. Rabinovich (1859-1916), nascido na região ucraniana da Zona de Residência Judaica, e conta a história de uma família de mãe, pai e cinco filhas em idade de casar no século 19.

A trama é cheia de peripécias e belíssimas passagens de canto e dança, que se alternam com o drama dialogado.

Um das filhas se casa com um não-judeu e o pai vive a tensa ambiguidade entre manter a tradição endogâmica e negar a filha ou amá-la como sempre fez.

Julia Fajardo e Mayer/Foto Guido Melgar/Divulgação

A montagem constrói-se de pequenas tramas como essa, que mostram os problemas vividos pelos judeus de uma pequena aldeia às vésperas da Primeira Guerra Mundial.

José Mayer e Soraya Ravenle, como Tevye e Golda, protagonizam o cotidiano familiar com atuação impecável. Ele, leiteiro, ela, dona de casa.

Tudo nesse musical é medido e pensado, desde os objetos de cena até os cenários grandiosos, o figurino de época, a música em especial, com orquestra regida por Márcio Telles e direção musical de Marcelo Castro.

A crítica

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/31861-magnetismo-de-jose-mayer-conduz-novo-espetaculo.shtml

do articulista Alcino Leite Neto destaca com propriedade a interpretação dos atores e o estilo de José Mayer.

Chama a atenção o vaivém entre o canto e a fala de Mayer, que usa os pulmões e as cordas vocais como ferramentas para revelar a emoção ambivalente que percorre o espetáculo.

“Um Violinista no Telhado” é dirigido por Charles Möeller e tem a versão brasileira assinada por Claudio Botelho. O libreto é de Joseph Stein.

Fica até julho na capital paulista, no teatro Alfa, e vale um programa com os pré-adolescentes.

Link para serviços: http://www.teatroalfa.com.br/?q=node/226

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Piadas de palhaços ironizam textos bíblicos em “Mistero Buffo”, sem negar a existência de Deus http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/2012/03/30/piadas-de-palhacos-ironizam-textos-biblicos-em-mistero-buffo-sem-negar-a-existencia-de-deus/ http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/2012/03/30/piadas-de-palhacos-ironizam-textos-biblicos-em-mistero-buffo-sem-negar-a-existencia-de-deus/#respond Fri, 30 Mar 2012 12:00:02 +0000 http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/?p=565 Continue lendo →]]>

Domingos Montagner e Fernando Sampaio

Adultos e crianças mais velhas, de 11 e 12 anos, morrem de rir durante o espetáculo “Mistero Buffo”, da companhia de palhaços La Mínima, integrantes também do Circo Zanni, que, em geral, arma a lona uma vez por ano no Memorial da América Latina, na capital de São Paulo.

A peça usa gírias e palavrões para traduzir o texto corrosivo do dramaturgo Dario Fo, no qual é baseada, e faz piadas dos mistérios cristãos medievais, apresentados na forma satírica por trupes mambembes e comentados por jograis e bobos da corte nas praças e castelos.

Mas não há desrespeito à fé de ninguém, o tratamento é leve, no estilo das comédias do circo teatro, gênero famoso no Brasil até a década de 1960.

Para representar a história, há o músico e ator Fernando Paz e a dupla de palhaços do La Mínima. Formada por Fernando Sampaio e Domingos Montagner, o mérito do grupo é a excelência do trabalho de ator.

Os dois têm estilos diferentes. Ambos dominam a arte de transformar o que seria a crítica aos problemas sociais em piadas de palhaços.

No prólogo, Montagner explica que os mistérios religiosos tratados em cena não têm intenção de desrespeitar ou combater os dogmas abordados, mas de enfocá-los através de piadas leves, como as dos jograis históricos e as dos números de cortina, ou seja, na forma que os palhaços realizam no circo nos intervalos entre atrações de equilibrismo ou trapézio.

Fernando Sampaio provoca humor como ninguém quando executa um sistema bem particular de ações, com gestos e expressões faciais que preenchem o palco. Seus personagens ganham traços emotivos e suas falas explicam minuciosamente a situação vivida na maioria das cenas da peça, como se fosse uma tradução da ação.

Domingos Montagner usa mais a construção racional de seus papéis, desde as explicações introdutórias sobre a dramaturgia -momentos em que fala da simbologia de “Mistero Buffo”, como a atitude dos jograis que exploravam o gênero- até quando improvisa com pessoas do público convidadas a participar de cenas.

Domingos Montagner e Fernando Sampaio

Domingos e Fernando têm agilidade física e as palhaçadas envolvem saltos, cambalhotas, quedas e encontrões bem divertidos.

Outro dos vários pontos altos do espetáculo é a encenação bufa -de palhaço-, ou profana, do milagre de Cristo de fazer um cego voltar a enxergar e um paralítico recuperar os movimentos.

Os dois personagens portadores de deficiência se aliam para superar as limitações de visão e de movimento e se preocupam quando ouvem falar de um tal Jesus,  que lhes daria a cura.

Como continuar então a pedir esmolas pelo mundo? Para que retornar ao trabalho se esmolar os situa na zona de conforto?

“Não quero ser ajudado, não podemos sofrer a desgraça de sermos curados”, diz Sampaio no papel do paralítico.

Na ponta oposta, Montagner é irônico ao representar o cego e toma distância crítica até do próprio personagem: “Vai trabalhar, vagabundo… vamos pra Brasília…”, diz, e debocha da corrupção e do trânsito.

O livreto do atual espetáculo informa que se trata da moralidade “O Cego e o Estropiado”, do século 14, registrada pelo jogral Jean Lavy.

A inversão dos desejos deles em relação ao relato do texto sagrado é a mola da comicidade, o trocadilho-chave, mas as referências ao presente histórico também são catárticas.

Os personagens negam o milagre, embora clamem por São Cristóvão. Essa é a lógica de “Mistero Buffo”, peça adaptada do drama político de título homônimo, do italiano Dario Fo, de 1969, que sofreu alterações em seus monólogos devido aos improvisos nas apresentações realizadas.

Após cada cena, Domingos Montagner faz pausas no espetáculo e explica o próximo episódio. Os atores usam a linguagem do teatro para tomar distância da encenação, comentando-a, em bom recurso de direção.

A peça apresenta quatro mistérios: “A Ressurreição de Lázaro”, “O Cego e o Paralítico”, “O Louco e a Morte” e “O Louco aos Pés da Cruz”.

Ao lado do engraçadíssimo músico Fernando Paz, que realiza ao vivo a trilha sonora, os palhaços do La Mínima se trombam, tropeçam em trapalhadas e atrapalhações e ainda fazem cenas com mímica.

Domingos Montagner, Fernando Sampaio e Fernando Paz

O espetáculo tem direção de Neyde Veneziano, que soube ajustar a linguagem do circo ao modo de atuação híbrido, típico dos artistas contemporâneos.

Veneziano dirigiu “Arlecchino” (1988), também de Dario Fo, entre outras peças desse ganhador do Prêmio Nobel de Literatura (de 1997), e tem um livro sobre o dramaturgo, “A Cena de Dario Fo: O Exercício da Imaginação” (Nobel).

Em cartaz no teatro do Sesi: http://www.sesisp.org.br/cultura/teatro/mistero-buffo.html

 Ficha técnica

Direção: Neyde Veneziano. Elenco: Domingos Montagner, Fernando Sampaio e Fernando Paz. Tradução: Neyde Veneziano e André Carrico. Direção mímica: Álvaro Assad. Direção musical: Marcelo Pellegrini. Cenografia: Domingos Montagner. Figurino: Inês Sacay. Adereços: Maria Cecília Meyer. Iluminação: Wagner Freire. Produção visual: Sato. Assistência de direção: Ioneis Lima. Administração: Luciana Lima. Concepção: La Mínima. Produção executiva: Fabiana Esposito.

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“Pedro e o Lobo” com música ao vivo, narração da atriz Giulia Gam e teatro de bonecos http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/2012/03/29/pedro-e-o-lobo-com-musica-ao-vivo-narracao-da-atriz-giulia-gam-e-teatro-de-bonecos/ http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/2012/03/29/pedro-e-o-lobo-com-musica-ao-vivo-narracao-da-atriz-giulia-gam-e-teatro-de-bonecos/#respond Thu, 29 Mar 2012 12:00:51 +0000 http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/?p=547 Continue lendo →]]>

Giulia Gam e a orquestra Almeida Prado em "Pedro e o Lobo"/Fotos João Caldas/ Divulgação

Nunca é demais ouvir “Pedro e o Lobo”, de Sergei Prokofiev, composição dos anos de 1930 que cria a narrativa melódica e rítmica de uma aventura no tempo em que havia grandes florestas na Europa e lobos ameaçadores.

 A música ao vivo faz diferença nesta montagem regida pelo maestro Carlos Moreno e com narração precisa de Giulia Gam.

No enredo, o avô de Pedro se zanga com o neto porque ele sai para brincar na floresta e deixa o portão aberto.

Os bichos que fugiram pelo jardim adoraram a travessura de Pedro, mas não imaginavam que uma criatura feroz aparecesse.

A atriz Giulia Gam conta essa história com calma e o espectador percebe isso em seu semblante, em harmonia com a voz pausada, sem altos e baixos, sem a prosódia que têm em geral as frases que sugerem medo e assustam (interjeições por vezes forçam o falante a emitir sons em falsete ou elevar a altura da voz).

A narração da atriz acompanha a orquestra nesse ritmo controlado de fala.

Como a peça é didática, a primeira parte é a apresentação dos instrumentos que representam os personagens.

Depois que toda a narrativa é explicada, a plateia ouve a execução inteira de “Pedro e o Lobo” pela orquestra, curtinha.

O passarinho desenhado pela flauta saltita, o ritmo do oboé que imita o pato é lento e arrastado como seu andar.

Há momentos acelerados e vários instrumentos soam ao mesmo tempo, passagens emocionantes, representam a caçada ao lobo, por exemplo. Outros leves, mas tensos, como o caminhar furtivo dos caçadores.

O teatro ou encenação dos bonecos multiplica a conversa entre a imagem sonora e a narração.

A orquestra Almeida Prado, de “Pedro e o Lobo”, tem 23 músicos e foi montada para o espetáculo. Durante a apresentação, o maestro elogia o músico Almeida Prado.

A direção geral de “Pedro e o Lobo” é de Muriel Matalon.

Os bonecos são grandes e podem ser vistos de longe com facilidade, pois o Teatro Tuca, onde a peça está em cartaz, necessita desse recurso porque é grande também.

Link: http://www.teatrotuca.com.br/espetaculos/espetaculo_pedro_e_o_lobo.html

Cena do espetáculo no teatro Tuca (SP)

 

Ficha técnica

Direção geral: Muriel Matalon. Assistência de direção: Marco Lima. Narração: Giulia Gam. Orquestra Almeida Prado sob regência do maestro Carlos Moreno. Criação dos bonecos: Marco Lima. Iluminação: Wagner Freire. Cenografia: Alfredo Barbosa. Adaptação de texto: Mariana Veríssimo. Confecção de bonecos: Marco Lima, Nonon Creaturas, Inês Sakai. Cenário: Alfredo Barbosa. Diretor de cena: Domingos Varela. Construção de cenários: Ono Zone Estúdio Ltda, Fernando Brettas e Diw Rosseti. Diretor de orquestra: Tarik Dib. Direção de montagem de aéreos: Cia de Estripulias Imagináveis.

 Orquestra Almeida Prado

Spalla: Constança Almeida Prado Moreno. Violinos: Adriana Maresca, Danilo Ferreira, Henrique Franquim, Simplício Soares, Tiago Paganini, Ugo Kageyama. Violas: Eduardo Cordeiro Jr., Sarah Nascimento. Cellos: Julio Cerezo Ortiz, Sueldo Francisco. Contrabaixo: Rubens De Donno. Flauta: Mônica Camargo. Clarinete: João Francisco Correia. Oboé: Gizele Sales. Fagote: Ronaldo Pacheco. Trompas: Mario Rocha, Thiago Rodrigues, Vagner Rebouças. Trompete: Leonardo Porcino. Trombone: Silas Falcão. Percussão: Glaucia Vidal, Marcelo Camargo.

"Pedro e o Lobo"

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Marionetes do Giramundo transpõem a música “Pedro e o Lobo” para o teatro de bonecos http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/2012/03/28/marionetes-do-giramundo-transpoem-a-musica-pedro-e-o-lobo-para-o-teatro-de-bonecos/ http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/2012/03/28/marionetes-do-giramundo-transpoem-a-musica-pedro-e-o-lobo-para-o-teatro-de-bonecos/#respond Wed, 28 Mar 2012 12:00:36 +0000 http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/?p=524 Continue lendo →]]>  

Pedro e o gato, da adaptação do Giramundo

Aproveito que assisti a duas adaptações de “Pedro e o Lobo”, de Sergei Prokofiev, na capital paulista, para relembrar esse adorável espetáculo na versão de teatro de bonecos pelo grupo Giramundo, que vi em 2009, no Festival Internacional de Bonecos de Canela, no Rio Grande do Sul.

“Pedro e o Lobo” mantêm-se no repertório da companhia mineira desde 1993 e é possível ver trechos da montagem no site do grupo.

Link: http://www.giramundo.org/teatro/pedro.htm

Bonecos manipulados por fios, as marionetes dessa adaptação de Prokofiev, cuja composição original é de 1936, imitavam com perfeição os movimentos dos personagens no ritmo e andamento da música.  

Os atores se revezavam na manipulação e narração da história, com ajuda de desenhos em uma lousa.

O assunto dos diálogos versa sobre os instrumentos da orquestra e apresenta os sons que cada um deles faz.

Atrai no espetáculo uma tríplice repetição: os narradores contam a história do garoto Pedro e de seu avô, que enfrentam um lobo.  Os bonecos representam o enredo com imagens em movimento. A música cria imagens sonoras para os personagens.

A atriz e diretora Beatriz Apocalypse manipulou os bonecos ao lado de outros atores-manipuladores, com trilha gravada. Eram engraçados os comentários dos narradores, que faziam papéis de cômicos.

 

A marionete de Pedro, da cia. Giramundo/Fotos Divulgação

 

Ficha Técnica de “Pedro e o Lobo” do Giramundo que consta no site do grupo

Concepção original da adaptação e marionetes: Álvaro Apocalypse. Direção de remontagem: Beatriz Apocalypse. Atores marionetistas: Ana Fagundes, Beatriz Apocalypse, Raimundo Bento, Rooney Tuareg e Ulisses Tavares. Construtores: Beatriz Apocalypse, Cor-Jesus Costa, Gustavo Noronha, Marcos Malafaia e Ulisses Tavares. Pintura original: Terezinha Veloso. Restauração das marionetes: Ana Fagundes, Raimundo Bento e Sandra Bianchi. Figurino dos marionetistas: Raimundo Bento. Cenotécnica: Ricardo da Mata. Adaptação e construção do cenário: Thiago Guimarães.

Personagem de "Pedro e o Lobo", do Giramundo

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“Pedro e o Lobo” lota teatro Anchieta e diverte plateia infantil http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/2012/03/27/pedro-e-o-lobo-lota-teatro-anchieta-e-diverte-plateia-infantil/ http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/2012/03/27/pedro-e-o-lobo-lota-teatro-anchieta-e-diverte-plateia-infantil/#respond Tue, 27 Mar 2012 12:00:21 +0000 http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/?p=512 Continue lendo →]]>

Cena de "Pedro e o Lobo", da cia. Imago/Divulgação

A história clássica do menino Pedro, que brinca no quintal ao lado de uma floresta onde há lobos ameaçadores, nunca deixa de ser adaptada pelos mais diversos grupos de teatro e música do país.

A música de Sergei Prokofiev (1891-1953) já teve narração de Roberto Carlos, Rita Lee e David Bowie, entre outros.

Desde 2004 a peça “Pedro e o Lobo” é apresentada pela companhia paulista Imago, com teatro de animação de objetos sob luz negra e narração do maestro Jamil Maluf, da Orquestra Experimental de Repertório.

Fernando Anhê, diretor, bonequeiro, cenógrafo e figurinista do espetáculo, também assina os quadrinhos de “Pow!” deste blog.

Anhê disse que seria ideal que a peça fosse apresentada com música ao vivo, executada por uma orquestra, como ocorreu em 2009, quando foi encenada no teatro Bradesco, sob a regência de Jamil Maluf e narração de Fernando Paz.

No mesmo ano, esteve no teatro São Pedro, com orquestra regida por Alex Klein e narração do ator Chachá.

“A dificuldade financeira é o grande empecilho de apresentar a peça com música ao vivo”, explicou Fernando Anhê.

A música gravada não impede a diversão das crianças nem a decodificação dos instrumentos musicais que representam os personagens nessa fábula de final feliz do compositor russo.

Nela, um pássaro-flauta, uma pata-oboé, um gato-clarineta, um menino-violinos contracenam ao enfrentar um lobo-trompas, que Pedro acaba por capturar.

No cenário luminoso, colorido e bem cuidado, Pedro brinca na floresta com seus amigos até que o avô chega, muito bravo. O neto tinha esquecido o portão do quintal aberto, a pata fugiu, e o que aconteceu?

O danado do lobo a engoliu sem mastigar. Ainda bem que existem caçadores, que vêm consertar essa situação antes que ela se transforme em tragédia.

A peça está em cartaz no teatro Anchieta (Sesc Consolação): http://www.sescsp.org.br/sesc/

 Depois fará temporada no teatro Amil, em Campinas (SP): http://www.conteudoteatral.com.br/teatroamil/

  Link para a narração de David Bowie: http://www.youtube.com/watch?v=kpoizq-jjxs

Endereço da Imago: http://www.ciaimago.com.br

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Teatro multimídia brinca com o clássico “A Volta ao Mundo em 80 Dias” http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/2012/03/21/teatro-multimidia-brinca-com-o-classico-a-volta-ao-mundo-em-80-dias/ http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/2012/03/21/teatro-multimidia-brinca-com-o-classico-a-volta-ao-mundo-em-80-dias/#respond Wed, 21 Mar 2012 12:00:13 +0000 http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/?p=438 Continue lendo →]]> O palco parece um picadeiro e os sinais são as atividades de ciclismo da dupla de aventureiros e a iluminação que circula a boca de cena.

Em bicicletas deitadas no chão num cenário de sucata, sobretudo de ferro, o senhor Fog e seu ajudante francês partem para a viagem que dá título à peça: “A Volta ao Mundo em 80 Dias”.

No fundo do palco, a ação que ocorre no chão com os personagens é projetada ampliando o sentido da viagem.

A expedição encontra problemas devido à ação do intruso senhor Fix e os viajantes mudam de transporte com frequência durante o percurso. O corre-corre dos atores remontando as  geringonças que viram barco ou elefante dão encantamento às cenas.

Os objetos de sucata imprimem ar de coisa antiga, conforme o enredo, do século 19.

O diálogo dos atores é atrapalhado e faz rir. Em muitos momentos eles parecem palhaços. Na maioria do tempo, comediantes no palco. É difícil às vezes distinguir o gênero utilizado pelos atores tamanha a mistura de técnicas que exploram.

O texto de Júlio Verne (1828-1905) é citado aqui e ali, como na cena inicial, em que o ator Ricardo Rodrigues, no papel do geógrafo pesquisador, anuncia a façanha.

O ajudante Passepartout (Bruno Rudolf) capricha no sotaque. Como esse ator é mesmo francês, é divertido vê-lo imitar a própria caricatura de um francês da época retratada.

Bruno Rudolf representa a solicitude do subordinado de forma ingênua, infantil. Ele ganhou o prêmio APCA (SP) de 2011 pela atuação nessa peça.

A diretora, Carla Candiotto, ficou com o prêmio de melhor direção em teatro infantil, pelas peças “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, Histórias por Telefone” e “Sem Concerto”.

Em em cartaz no Teatro Alfa:

http://www.teatroalfa.com.br/?q=content/volta-ao-mundo-em-80-dias-0

Cena inicial em filme: http://www.youtube.com/watch?v=9hYgtN-AxOA

 

Cena com Bruno Rudolf e Ricardo Rodrigues/ Foto Mariana Chama/Divulgação

 

Ficha técnica

Adaptação livre do romance homônimo de Júlio Verne. Criação: Carla Candiotto e Cia. Solas de Vento. Direção: Carla Candiotto. Texto: Carla Candiotto e Pedro Guilherme. Elenco: Bruno Rudolf e Ricardo Rodrigues. Coreografia: Bruno Rudolf e Ricardo Rodrigues. Direção de arte e cenografia: Lu Bueno. Assistente de cenografia: Victor Hugo. Figurinos: Olintho Malaquias. Assistente de figurino: Camila Fogaça. Trilha sonora original: Exentrimusic. Iluminação: Wagner Freire. Assistente de iluminação: Alessandra Marques. Operação de vídeo: Bruno Bachy. Fotografia: Mariana Chama. Produção: Sandra Miyazawa. Assistente de produção: Natalia Maciel. Realização: Solas de Vento.

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Teatro de sombras anima contos de Andersen http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/2012/03/14/teatro-de-sombras-anima-contos-de-andersen/ http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/2012/03/14/teatro-de-sombras-anima-contos-de-andersen/#respond Wed, 14 Mar 2012 12:00:40 +0000 http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/?p=331 Continue lendo →]]>

Cena do espetáculo "Andersen sem Palavras"/Divulgação

“Andersen sem Palavras”, do grupo Caleidoscópio, apresenta contos do autor dinamarquês de forma livre, inspirados em histórias como a do Soldadinho de Chumbo, a do Patinho Feio, a da menina vendedora de fósforos.

São cinco contos, que incluem também “Os Namorados” e “O Sapo”, todos animados por trilha sonora de André Abujamra.

Essa peça de teatro de sombras tem chance de crescer, mas ainda faltam ritmo e nexo na dramaturgia de alguns contos. O uso da cor merecia ser aproveitado para compor a trama. Às vezes, parece ser explorado de modo aleatório.

O casal de namorados, representados por duas metonímias -chapéu e sapato-, ficam sentados no banco da praça. É difícil entender o que se passa entre eles, a não ser que o espectador conheça a história.

Mas “Soldadinho de Chumbo” mostra de forma eficaz o enredo. Pais e filhos na plateia reconhecem a sequência das peripécias e se divertem.

No final, crianças observam objetos e personagens que são projetados em preto e branco e com sombras coloridas na tela, confeccionados em papel couro em detalhes, o que demonstra esmero.

Link para o espetáculo: http://www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/mostra_detalhe.cfm?programacao_id=215708

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Acrobacias aéreas para representar Prometeu no teatro http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/2012/03/07/acrobacias-aereas-para-representar-prometeu-no-teatro/ http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/2012/03/07/acrobacias-aereas-para-representar-prometeu-no-teatro/#comments Wed, 07 Mar 2012 12:00:15 +0000 http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/?p=230 Continue lendo →]]>

Ricardo Rodrigues, no papel de Prometeu/Foto: Layza Vasconcelos/Divulgação

Para comemorar aniversário de 24 anos,  a cia. Circo Mínimo realiza mostra de repertório. Entre as peças, “Prometeu”, adaptação de texto do grego Ésquilo (525-455 a.C.) por Rodrigo Matheus, diretor artístico da companhia. O espetáculo estreou em 1993. A direção é de Cristiane Paoli Quito.

Lembro-me de ter visto Matheus no papel do protagonista em apresentação de “Prometeu” no Festival de São José do Rio Preto nos anos 90. Seus voos circenses eram de craque.

Segue o link para programação e peças do grupo: http://www.circominimo.com.br/

O espetáculo solo, desde 2009 interpretado por Ricardo Rodrigues, continua a se destacar pela tradução da dramatúrgia em ação -número aéreo do picadeiro. São 50 minutos no ar.

“Prometeu” adota economia de meios. A começar pelo cenário, feito de cordas e por duas imensas placas de ferro que simbolizam o trabalho dos homens com os metais a partir do uso do fogo que o herói da tragédia apresentou a eles. Assinam a cenografia Atílio Belline Vaz e Caterine Alonso.

O número aéreo representa o embate do personagem nos rochedos, onde Prometeu foi preso por castigo de Zeus. Ele sabia demais sobre a vida do deus do Olimpo, além de ter oferecido o fogo à humanidade.

Ricardo Rodrigues escala cordas ásperas, tentando se livrar delas, enquanto comenta o destino trágico e realiza as acrobacias.

A trilha sonora varia de acordo com a emoção do personagem, sempre alternada com as falas. É possível ouvir a respiração do ator.

O monólogo revela o ódio contra a injustiça divina e a mágoa pela condição em que Prometeu se encontra: acorrentado em nome da raça humana, ultrajado, logo ele, “o previdente, mestre das ciências e das artes, enquanto os homens estão perdidos dentro de si mesmos”.

Prometeu faz um discurso violento, como a ira selvagem das águas contra os rochedos durante as tempestades.

 Indicação do espetáculo: para crianças a partir de dez anos, acompanhadas de seus pais.

 

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A comédia “PPP@WllmShkspr.Br” mistura teatro e circo e tem chance de agradar aos adolescentes http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/2012/03/01/a-comedia-pppwllmshkspr-br-mistura-teatro-e-circo-e-tem-chance-de-agradar-aos-adolescentes/ http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/2012/03/01/a-comedia-pppwllmshkspr-br-mistura-teatro-e-circo-e-tem-chance-de-agradar-aos-adolescentes/#respond Thu, 01 Mar 2012 03:48:44 +0000 http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/?p=177 Continue lendo →]]>  

Os atores Raul Barretto, Hugo Possolo e Alexandre Bamba/Crédito: Luiz Doroneto

A formação intelectual dos filhos inclui o autor canônico William Shakespeare (1564-1616). Seus dramas, apesar de conter passagens cruéis, ensinam sobre a competitividade e outras consideradas fraquezas humanas, misturam o belo e o terrível e, sobretudo, ensinam literatura.

O crítico Harold Bloom destaca a construção do personagem pelo dramaturgo, autor de “Romeu e Julieta”. Bloom escreveu que Hamlet é a inteligência de todos nós.

Para adolescentes, a sugestão é que pais e filhos vejam juntos a comédia “PPP @ WllmShkspr.BR” (1998), peça adaptada pelo grupo Parlapatões, que tem a ambição de ser o resumo de todas as peças que Shakespeare escreveu.

“PPP @ WllmShkspr.BR” tem palavrão e piada suja e pesada, que não é a do elefante que caiu na lama. Mas é uma forma divertida de apresentar bom teatro, que leva a uma das melhores obras escritas em versos.

Novamente em cartaz em 2012, “PPP @ WllmShkspr.BR” aborda enredos monstruosos, como o de “Tito Andrônico”, com cenas de canibalismo, e o de “Otelo”, sobre o general que mata por ciúme.

“Otelo” descreve a inteligência ardilosa do personagem Iago, que trai o comandante e o induz a assassinar a mulher, Desdêmona. A tragédia ocorreu porque faltou a Otelo a percepção de que era enganado por Iago, seu subordinado próximo.

O tratamento cômico das obras de Shakespeare pelos números de palhaços em “PPP @ WllmShkspr.BR” dessacraliza a obra e a devolve ao contexto popular. O público morre de rir com os trocadilhos espertos e com a participação da plateia no espetáculo.

Os atores Raul Barretto, Hugo Possolo e Alexandre Bamba estão afiados e atrapalham tudo: erram fatos históricos, transformam versos de Shakespeare em slogans publicitários.

No momento em que os três palhaços interpretam “Tito Andrônico”, um deles fala: “Shakespeare fazendo das tripas diversão”.

O narrador da cena de “Hamlet” diz: “Cai a noite”. Todo mundo ouve o barulho da queda às gargalhadas. Essa estrutura tradutória permeia todo o espetáculo.

Na cena com “Otelo”, um dos atores comenta que o Brasil é um celeiro de atores negros, e o elenco apresenta um rap. A paródia desse gênero de música e dança é hilária.

Trata-se da remontagem de “A Obra Completa de William Shakespeare em Versão Abreviada” (“The Complet Works of William Shakespeare – Abridged”), criação dos americanos Adam Long, Jess Borgeson e Daniel Singer. A tradução do texto é da especialista no autor Barbara Heliodora e a direção, de Emílio Di Biasi.

Link dos Parlapatões:  http://parlapatoes.com.br/

Link para ver quando o espetáculo está em cartaz: http://espacoparlapatoes.com.br/

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