Mônica Rodrigues da Costasesc – Mônica Rodrigues da Costa http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br Comentários culturais para crianças e adultos lerem juntos Mon, 18 Nov 2013 13:23:01 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 “Caravana - Memórias de um Picadeiro” traz atrações de sempre em circo espetacular http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/2012/05/04/caravana-memorias-de-um-picadeiro-traz-atracoes-de-sempre-em-circo-espetacular/ http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/2012/05/04/caravana-memorias-de-um-picadeiro-traz-atracoes-de-sempre-em-circo-espetacular/#respond Fri, 04 May 2012 12:00:02 +0000 http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/?p=1191 Continue lendo →]]>

Palhaços Caturrão e Catraquinha com pano de choro e mala da despedida/ Fotos Rodrigo Czekalski/Divulgação

O Circo Roda, parceria dos grupos Pia Fraus e Parlapatões, iniciou viagens pelo Brasil em 2006. Foram a 30 cidades e receberam mais de 600 mil espectadores, segundo a assessoria de imprensa.

Por que razão esse gênero de arte faz tanto sucesso já que as atrações que incluem são repetitivas? A fórmula consiste em apresentar números de cortina, que significam a encenação de piadas de dupla de palhaços, alternados com atrações de pelo menos 400 anos, quando o formato foi se definindo com forma similar à contemporânea.

Faltam dados de recepção dessa estética, análises antropológicas e culturais do fenômeno circo, que ultrapassa fronteiras.

É provável que a invenção do circo novo, como é conhecido fora da tradição dos picadeiros de família, realizado por artistas oriundos de escolas de circo, tenha sido motivada pelo surgimento da performance, que fundiu e expandiu linguagens cenográficas e plásticas.

Se não há respostas definitivas sobre a preferência popular pela arte circense, “Caravana” revela aspectos significativos por meio das esquetes que apresenta.

Número aéreo de “Caravana”

Esse quarto espetáculo do Circo Roda mistura números de força, destreza e equilíbrio com a dramaturgia do circo teatro, assinada por Luís Alberto de Abreu.

Destacam-se nesse procedimento construtivo os diálogos em formas de quadras populares, dos repentes e da literatura de cordel.

O mérito dos diálogos brilhantes de dois palhaços e a neta de um deles são as rimas afiadas e rápidas, criadas pelo poeta e dramaturgo Abreu a partir da concepção da trama por Beto Andreetta, diretor da Pia Fraus.

Caturrão é um velho palhaço resmungão que rememora o itinerário de sua lona pelo país. Está sempre em primeiro plano no palco e um tanto irritado pelas perguntas insistentes da menina que depois descobre que é sua neta.

A graça está também no exagero com que se autorrepresenta. Ao chorar de saudades, brinca de ilusionismo, tirando lenços de diversos tamanhos do capote. Em seguida, ri de si mesmo.

Parada de mão no chapéu do mamulengo gigante, típico de Pernambuco

Parada de mão, monociclo, lira, corda, trapézio são executados ao fundo para representar as lembranças, em geral, comentadas por seu duplo, Catraquinha.

Em cada região, uma característica se sobressai, como números de capoeira na Bahia e de frevo e mamulengos em Recife.

Ao lado da poesia bem falada, figurino e cenografia espetaculares, em jogo de cores sofisticado, e apelo à emoção da plateia, repleta de crianças.

Todos riem durante os 70 minutos de apresentação das atrações que sabem de cor. Não será esse reconhecimento o responsável pela catarse?

Confira o espetáculo e leve as crianças maiores de sete anos. Vai ser uma noite e tanto.

Número aéreo de “Caravana”

“Caravana” tem direção de Chico Pelúcio (grupo Galpão), cenografia e figurinos de Márcio Medina e iluminação (sensacional) de Wagner Freire.

Elenco: Ronaldo Aguiar, Felipe Oliveira, Gabriela Bernardo, Celso José, Elisangela Ilkiu, Felipe Bellomo, Gabriela Fechter,  Hugo Giampietro, Jefferson Negrão, Leticia Leão, Luana Minini, Miguel Ângelo, Nathalia Vieira, Nildo Siqueira, Paulo Maeda, Yuliya Suslova e Zizza.

O Circo Roda tem no repertório “DNA: Somos Todos Muito Iguais” (2010), “Oceano” (2008) e “Stapafúdyo” (2006). Está em cartaz no Sesc Pinheiros até 20/5.

Link:

http://www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/mostra_detalhe.cfm?programacao_id=217101

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“Índia! - Lado a Lado” no Sesc Belenzinho emociona adultos e diverte crianças http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/2012/04/12/india-lado-a-lado-no-sesc-belenzinho-emociona-adultos-e-diverte-criancas/ http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/2012/04/12/india-lado-a-lado-no-sesc-belenzinho-emociona-adultos-e-diverte-criancas/#comments Thu, 12 Apr 2012 13:47:57 +0000 http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/?p=788 Continue lendo →]]>

Instalação da exposição no Sesc Belenzinho (SP)

A exposição “Índia! – Lado a Lado”, no Sesc Belenzinho, é um pedaço da mostra do CCBB, no centro paulistano. As obras nela contrastam elementos típicos da cultura indiana com a simbologia do cotidiano contemporâneo.

 Exemplo: “Em Sua Ausência” (2010). Na instalação, o artista dispôs em velhas cadeiras vestimentas femininas. Elas sugerem o espaço interno de uma residência.

O artista Bharti Kher colocou roupas e tecidos da mulher que, presume-se, ali habitou e é o assunto indicado no título. Evoca sensações de saudade e perda amorosa.

Observando de perto, o espectador-leitor da instalação constata que os panos estão vitrificados (com resina), amalgamados (ou lado a lado) com a madeira e a palha das cadeiras.

O pesquisador Moacyr dos Anjos define com clareza esse tipo de arte, a arte híbrida. As misturas têm graus e por essa razão os conceitos mudam de nome. Há arte sincrética, crioula e outras.

Vou voltar ao que dos Anjos fala, fenômeno que fica evidente como um gênero ou estilo de poética, em todas as formas artísticas, a partir da segunda metade do século 20, no início dos anos 70.

“Índia” emociona adultos e diverte crianças de todas as idades, é tátil, sensória, sinestésica -provoca os cinco sentidos.

No sábado passado, várias crianças insistiam em ficar em uma sala de vídeo interativo, obra que inclui projeção de vídeo, captação de imagens do espaço expositivo -uma pequena sala onde o espectador entra, vê um filme e é filmado.

Nessa sala imagens (de baixa definição) de flor, fruta, uva e outras não tão fáceis de identificar se sucedem, misturadas às silhuetas das crianças em movimento.

As imagens são captadas na hora e se fundem ao filme que está sendo projetado e a gente observa os movimentos dos espectadores misturados ao filme projetado.

O título dessa segunda instalação, de Sheba Chhachhi, é provocativo: “Bhogi/Rogi (Doença de Consumo; 2010).

Obras contemporâneas interessantes de ler-curtir. É um pouco daquela beleza indiana, reconhecida internacionalmente como só pertencente à Índia, que chega para colorir São Paulo.

A exposição está em cartaz desde fevereiro até final de abril.

Link

http://www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/mostra_detalhe.cfm?programacao_id=213517

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