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Mônica Rodrigues da Costa

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Tag Archives: Hugo Cabret

"A Invenção de Hugo Cabret" - Mundo imersivo de Martin Scorsese

Por Mônica Rodrigues da Costa
02/03/12 09:00

Asa Butterfield e Jude Law como pai e filho no filme

Com direção de Martin Scorsese, o filme “A Invenção de Hugo Cabret” nos leva para o interior de uma estação de trem. Através dos óculos para 3D, o espectador se vê imerso entre as pessoas no atropelamento da chegada e saída de passageiros, além de subir escadas metálicas escalando grandes alturas, diante de engenhocas que fazem funcionar os relógios da estação e soltam fumaça.

É o cenário do dia a dia de Hugo Cabret que entrevemos através das construções em ferro, o menino regulando relógios para que nunca atrasem. Ele está fixado em consertar um autômato (robô), atividade que realizava com o pai antes de ficar órfão.

A perspectiva é profunda. Entramos no coração do enredo. O menino sonha que virou um mecanismo. O filme revela a máquina de fazer sonhar, fabricar ilusões. Mas as cenas parecem reais, como os livros da biblioteca e os brinquedos da loja da estação, dos anos de 1930.

Segue um link de créditos e onde ver o filme. http://guia1.folha.com.br/guia/cinema/infantil/1330301/a_invencao_de_hugo_cabret

Você sai do cinema querendo saber tudo sobre o francês Georges Méliès (1861-1938), mágico – ilusionista – que contribuiu para o desenvolvimento dos filmes de ficção científica.

No enredo, esse francês vira personagem e fica amigo do Hugo.

Em 1895, Georges Méliès conheceu o cinema numa atração do circo. Ele prestou homenagem a truques ilusionistas em seus filmes. Diversas reportagens na Folha contam sobre as técnicas de filmar dele.

Em “Uma Viagem à Lua” (1902), baseado em obras de Júlio Verne e H.G. Wells, homens explodem e viram pó. Como Méliès conseguia? Em sua época não existia computador.

O cineasta Martin Scorsese, diretor do filme “A Invenção de Hugo Cabret”, falou ao jornalista Vaguinaldo Marinheiro (Folha de 17/2/12) sobre o momento em que o diretor reconhece que pratica a arqueologia da mídia, que é uma abordagem adotada por Siegfried Zielinski e significa “atividade filosófica”:

“‘O 3D é o futuro do cinema, mas é bom lembrar que ele vem lá do passado. O próprio Méliès já buscava algo parecido no início do século 20. Na verdade, há dois minutos de um dos seus filmes, ‘Le Cake-Walk Infernal’ [1903], filmados com duas câmeras simultaneamente, que já é um precursor da técnica. Ele caminhava para isso”, disse Scorsese durante entrevista à Folha no final do ano passado em Londres.”

Link: www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/26231-a-invencao-de-melies.shtml

Filme A INVENÇÃO DE HUGO CABRET (Hugo) EUA, 2011. Direção: Martin Scorsese. Com: Asa Butterfield, Chloë Grace Moretz e Christopher Lee. 125 min. Livre.

 

Cartum de Fernando Anhê

 

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"A Invenção de Hugo Cabret" brinca com a ilusão de narrar

Por Mônica Rodrigues da Costa
28/02/12 00:01

 

Asa Butterfield como Hugo Cabret

“A Invenção de Hugo Cabret” é uma brincadeira com a criação da imagem no cinema. Emociona ver o filme em 3D com as primeiras construções do ilusionista Georges Méliès (1861-1938) para produzir filmes fantásticos, encenados com atores num teatro, com truques da linguagem da animação.

O filme é uma homenagem à reinvenção da narrativa pelo cinema, que revolucionou o gênero literário para sempre. O escritor e crítico Maurice Blanchot (1907-2003) escreveu que Ulisses –paradigma da narrativa literária clássica– matou a arte de narrar [na literatura] ao sobreviver ao canto das sereias em um episódio de seu périplo.

O raciocínio de Blanchot foi o seguinte: ninguém sobrevive ao canto mavioso das sereias. Mas Ulisses voltou para contar a história e simbolicamente esse retorno adormeceu a narrativa. O argumento é que, para vencer, Ulisses armou-se de tecnologia: prendeu-se ao mastro do navio, pôs cera nos ouvidos, entre outras artimanhas.

 “A Invenção de Hugo Cabret” mostra a técnica atual a serviço da recuperação dos efeitos poéticos da tecnologia conquistados com a invenção do cinema de ficção. Por isso, ver esse filme em 3D é duplamente revelador, do passado e do futuro.

Tudo no filme se amarra ao tique-taque do relógio. A vida do menino regulando as engrenagens das máquinas da estação e perambulando entre os passantes. A trilha sonora volteada, um arabesco de Debussy, ou Satie, tudo bem, para os mais velhos as composições desses autores são quase hits, mas crianças e jovens não conhecem esses músicos nem a infância do início do século 20.

Quando estamos no cinema, perguntamo-nos se a história é real ou não. Os personagens Georges Méliès e a esposa atriz visitam um circo e conhecem a máquina de filmar, inventada pelos irmãos Lumière.

Ele vende o que tem e constrói um estúdio para realizar filmes que mostram sereias, o fundo do mar, guerreiros em luta com dragões. Vem a guerra, destrói tudo. Méliès sobrevive com uma loja de brinquedos nessa estação ferroviária.

Época da máquina a vapor, o planeta pulsa com a maria-fumaça. O espectador segue os passos do garoto Hugo Cabret, em interpretação arrebatadora do ator Asa Butterfield (do filme “O Menino do Pijama Listrado”). Ele herda do pai, morto recentemente, um autômato que vai aproximá-lo do cineasta Méliès.

O filme é dirigido por Martin Scorsese, que adaptou o enredo e os desenhos do livro “A Invenção de Hugo Cabret” (ed. SM; 2007), de Brian Selznick.

Ilustração: Fernando Anhê

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