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Mônica Rodrigues da Costa

Comentários culturais para crianças e adultos lerem juntos

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Tag Archives: exposição

Exposição de Guto Lacaz liga a arte na ciência dos motores de “Eletro Livros”

Por Mônica Rodrigues da Costa
01/05/12 09:00

 

"Yves Klein", 2012, feita de madeira, livro e eletromecanismo, de Guto Lacaz/ Fotos Edson Kumasaka/Divulgação

Arte e ciência numa engenhoca só. A exposição de Guto Lacaz “Eletro Livros” é desconcertante porque as 16 obras instaladas na sala do Centro Maria Antonia se movimentam de acordo com o princípio estético ou científico de cada autor escolhido para fazer parte de seu mecanismo.

A maioria delas foi criada em 2012. A mostra sugere que Lacaz selecionou artistas e cientistas conforme os problemas que procuram resolver em seus próprios trabalhos.

Entre eles estão autores inventores, como Lacaz: Luiz Sacilotto (1924-2003), René Magritte (1898-1967), Waldemar Cordeiro (1925-1973), Vavra Stepanova (1894-1958), Josef Beuys (1921-1986), Marcel Duchamp (1887-1968), Piet Mondrian (1872-1944).

A exposição impacta desde a entrada, onde o visitante precisa ligar um botão para que funcione. Daí em diante são diversão e alumbramento.

O multiartista, arquiteto e performático Guto Lacaz criou motores que movimentam peças sobre os livros de diferentes maneiras. A sensação de epifania, ou descoberta, eletriza crianças e adultos.

A trilha sonora é delicada e introduz sons vibratórios que ressoam na madeira das peças que são os suportes dos objetos animados, como destacou Rafael Vogt Maia Rosa no catálogo.

 

“Eletro Livro” com o modernista performático Flávio de Carvalho

Obra a obra

Círculos brancos giram sobre a saia irônica de Flávio de Carvalho (1899-1973), em foto que registra performance desse brasileiro modernista, que sai às ruas provocando estranhamento nos passantes.

Na legenda consta: “Flávio na rua com traje New Look” (1952).

O motor no trabalho com Yves Klein (1928-1962) faz girar um globo que representa a Terra, vista do espaço como azul pelos astronautas.

Klein antecipa essa visão no seu “Globo Azul” de 1957.

Na legenda do livro-peça da engrenagem, há a frase de Klein (em livre tradução): “Nem mísseis nem satélites farão do homem o conquistador do espaço… O homem será bem-sucedido em tomar posse do espaço pelas forças… da sensibilidade”.

Essa é uma das chaves de leitura dos “Eletro Livros”, que inauguram esse gênero de objetos estéticos a partir do deslocamento de componentes de naturezas diversas: livro, madeira, motor, eletricidade, coreografia.


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Análogo aos trabalhos de Edward Hopper (1882-1967), o motor que movimenta a obra com ele inclui duas circunferências sobre seus olhos, destacando o foco das pinturas desse artista, ou “sua visão da realidade”.

As intervenções e apropriações de Guto Lacaz não param aí. No “Eletro Livro” com o inventor Nikola Tesla (1856-1943), Lacaz evidencia a contribuição de Tesla na transmissão da energia elétrica.

Tesla aperfeiçoou torpedos movidos a controle remoto e sistemas de guias, no início do século 20. O que a máquina com ele faz? Solta faísca!

O curioso é que os livros, nesse contexto, usados como peças das engrenagens, atraem os olhos do espectador com os traços arqueológicos de seus signos: as palavras.

 

Obra de Guto Lacaz, em exposição no Centro Universitário Maria Antonia

“Eletro Livros”

Exposição em cartaz no Centro Universitário Maria Antonia (da USP) até 24/6. De terça a sexta, das 10h às 21h. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h. Endereço: rua Maria Antonia, 294, região central, tel. 0/xx/11/3123-5201. Grátis

Observação: crianças a partir de oito anos aproveitam mais a exposição do que as menores.

Outras mostras e performances do artista

Em São Paulo, Guto Lacaz realizou as performances “OFNIs – Objetos Flutuantes Não Identificados” (parque do Ibirapuera, 2012); “Ondas d’Água” (Sesc Belenzinho, 2010); “Máquinas V” (Teatro Aliança Francesa, 2009).

Expôs na galeria Marilia Razuk (“Rotores”, 2008); na Capela do Morumbi (“Maquetes Reunidas”, 2008); no Centro Cultural São Paulo (2007); no MAM (“Parede em Movimento”, 2006); no Paço das Artes (“Art Detectors”, 2005); na Pinacoteca do Estado de São Paulo (“Pinacotrens”, 2005); no Itaú Cultural (2001).

Performance em filme, de Guto Lacaz:

 


 

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Ziraldo pinta o Super-Homem de pantufa em exposição em Brasília

Por Mônica Rodrigues da Costa
23/04/12 09:00

Por Tassia Moretz-Sohn Fernandes

 

Bom humor e muitas cores são apresentados nas pinturas do cartunista Ziraldo na exposição “Zeróis: Ziraldo na Tela Grande”, em cartaz até 29/4 em Brasília.

Dos quadrinhos para os quadros, as telas transpõem os heróis que foram sucesso nas HQs na primeira metade do século passado e que, apesar de ainda invencíveis, ganham ar bastante humanizado.  

Na tela “O Super-Asilo”, já com rugas e cabelos brancos, Super-Homem aparece sentado em uma cadeira de balanço, ligado a um aparelho para audição, coberto por uma manta xadrez e fofinha, calçando pantufas vermelhas.

Um móvel munido de apetrechos para os vovôs heróis está disposto na cena. Penico, dentadura e remédios revelam os novos aparatos dos personagens.

O Fantasma está sem dentes, mas parece bem à vontade sentado ao lado de seus amigos heroicos, com o cinto de fivela de caveira solto para facilitar o encaixe da sonda.

Centenário, o Tarzan parece muito bem apoiado à bengala, com óculos que o deixam com a aparência de um hippie.

Também com rugas, Batman e Capitão América compartilham o mesmo sorriso de satisfação esboçado pelo grupo de heróis que salvaram tantas vezes a humanidade dos planos malignos de vilões.

 

“O Super-Asilo”/Reprodução

Outra tela exibe Batman e Robin dividindo a mesma poltrona, em uma atmosfera familiar, do tipo: “bons e velhos amigos”.

Mulher-Maravilha ganha releitura de Ziraldo a partir da obra de Andy Warhol (1928-1987), em seis telas multicoloridas.

Há outras releituras de quadros famosos.

 

“Las Meninas na África”/ Fotos Tassia Moretz-Sohn Fernandes

“Las Meninas na África”, por exemplo, remete ao quadro “As Meninas” (1656), de Diego Velázquez (1599-1660), e traz os traços cubistas de Pablo Picasso (1881-1973). O cartunista ainda incluiu o personagem Fantasma, de Lee Falk (1911-1999).

Ziraldo se coloca no lugar de Velázquez e faz com que o público se sinta parte da pintura.

“A Volta do Filho Pródigo” é uma releitura de Ziraldo do quadro “Gótico Americano” (1930), de Grant Wood (1891-1942), em que Wood retrata um casal que vive no ambiente rural.

São os pais ideais do herói americano Super-Homem, que foi introduzido no quadro. Confira as duas versões abaixo.

"Gótico Americano"

 

“A Volta do Filho Pródigo”

A exposição está no Museu Nacional do Conjunto Cultural da República. Estão expostos 44 telas, desenhos e esboços criados por Ziraldo, que teve como assistente o pintor Paulo Vieira.

Link para a museu:

http://www.brasil.gov.br/brasilia/conteudo/historia/2006/centro-cultural-da-republica

 

Observação: 

A jornalista Tassia Mortez-Sohn Fernandes é aluna de Crítica 3 – Teatro, disciplina que ministro no curso de pós-graduação de Jornalismo Cultural na FAAP (SP).

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“Índia! - Lado a Lado” no Sesc Belenzinho emociona adultos e diverte crianças

Por Mônica Rodrigues da Costa
12/04/12 10:47

Instalação da exposição no Sesc Belenzinho (SP)

A exposição “Índia! – Lado a Lado”, no Sesc Belenzinho, é um pedaço da mostra do CCBB, no centro paulistano. As obras nela contrastam elementos típicos da cultura indiana com a simbologia do cotidiano contemporâneo.

 Exemplo: “Em Sua Ausência” (2010). Na instalação, o artista dispôs em velhas cadeiras vestimentas femininas. Elas sugerem o espaço interno de uma residência.

O artista Bharti Kher colocou roupas e tecidos da mulher que, presume-se, ali habitou e é o assunto indicado no título. Evoca sensações de saudade e perda amorosa.

Observando de perto, o espectador-leitor da instalação constata que os panos estão vitrificados (com resina), amalgamados (ou lado a lado) com a madeira e a palha das cadeiras.

O pesquisador Moacyr dos Anjos define com clareza esse tipo de arte, a arte híbrida. As misturas têm graus e por essa razão os conceitos mudam de nome. Há arte sincrética, crioula e outras.

Vou voltar ao que dos Anjos fala, fenômeno que fica evidente como um gênero ou estilo de poética, em todas as formas artísticas, a partir da segunda metade do século 20, no início dos anos 70.

“Índia” emociona adultos e diverte crianças de todas as idades, é tátil, sensória, sinestésica -provoca os cinco sentidos.

No sábado passado, várias crianças insistiam em ficar em uma sala de vídeo interativo, obra que inclui projeção de vídeo, captação de imagens do espaço expositivo -uma pequena sala onde o espectador entra, vê um filme e é filmado.

Nessa sala imagens (de baixa definição) de flor, fruta, uva e outras não tão fáceis de identificar se sucedem, misturadas às silhuetas das crianças em movimento.

As imagens são captadas na hora e se fundem ao filme que está sendo projetado e a gente observa os movimentos dos espectadores misturados ao filme projetado.

O título dessa segunda instalação, de Sheba Chhachhi, é provocativo: “Bhogi/Rogi (Doença de Consumo; 2010).

Obras contemporâneas interessantes de ler-curtir. É um pouco daquela beleza indiana, reconhecida internacionalmente como só pertencente à Índia, que chega para colorir São Paulo.

A exposição está em cartaz desde fevereiro até final de abril.

Link

http://www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/mostra_detalhe.cfm?programacao_id=213517

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