Esculturas de bronze modelam os objetos do mundo
08/03/12 09:00A escultura “Depois da Chuva” (acima), de Sidney Amaral, evoca em desenho infantil a violenta coroa de Jesus Cristo nos momentos da crucificação, ele tropeçando em si mesmo no calvário, portando nas costas a própria ferramenta de morte.
Casa condensada com a matéria espinhosa do roseiral, (outro) símbolo da defesa da flor, cravado na prateleira dos livros de filosofia na estante de alguém.
É uma “imagem-valise” feita da simbologia imaterial do espinho, uma ideia, + (combinada com) uma coisa concreta: uma casinha de brinquedo. O resultado mistura impacto e encantamento.
Explico o que é “palavra-valise” em texto sobre a atual exposição de Amaral, relacionando algumas esculturas dele às histórias de Lewis Carroll. Link: http://www.centralgaleriadearte.com/Expos/2012_03/Expo_home.html
As esculturas de Sidney Amaral sonham o cotidiano. Num só objeto dourado, a obra abaixo, “Sem Título” (2012), contém o mundo doméstico que nos cerca: o garfo de comer, a bombinha de leite de mamar, a calçadeira de sapatos do bisavô.
Um reobjeto para desenfeitar o quarto, como se tivesse vindo de um dos parques da Disney (irônico).
Algumas obras desse artista trazem temas violentos. É importante uma conversa entre pais e filhos sobre elas.
Na escultura abaixo, “A Família” (2012), singelos bonequinhos moldados em bronze representam as pessoas, só que os pais-parafusos estão presos na engrenagem. Apesar de bonita, a obra transmite impasse e dor.
Link para a obra de Sidney Amaral: http://www.centralgaleriadearte.com/a_amaral/home.php