Mônica Rodrigues da Costa
Comentários culturais para crianças e adultos lerem juntos
Perfil Comentários e dicas culturais, literatura, teatro, HQ, circo, cinema, artes plásticas, entre outras
Perfil completo“Caravana - Memórias de um Picadeiro” traz atrações de sempre em circo espetacular
04/05/12 09:00O Circo Roda, parceria dos grupos Pia Fraus e Parlapatões, iniciou viagens pelo Brasil em 2006. Foram a 30 cidades e receberam mais de 600 mil espectadores, segundo a assessoria de imprensa.
Por que razão esse gênero de arte faz tanto sucesso já que as atrações que incluem são repetitivas? A fórmula consiste em apresentar números de cortina, que significam a encenação de piadas de dupla de palhaços, alternados com atrações de pelo menos 400 anos, quando o formato foi se definindo com forma similar à contemporânea.
Faltam dados de recepção dessa estética, análises antropológicas e culturais do fenômeno circo, que ultrapassa fronteiras.
É provável que a invenção do circo novo, como é conhecido fora da tradição dos picadeiros de família, realizado por artistas oriundos de escolas de circo, tenha sido motivada pelo surgimento da performance, que fundiu e expandiu linguagens cenográficas e plásticas.
Se não há respostas definitivas sobre a preferência popular pela arte circense, “Caravana” revela aspectos significativos por meio das esquetes que apresenta.
Esse quarto espetáculo do Circo Roda mistura números de força, destreza e equilíbrio com a dramaturgia do circo teatro, assinada por Luís Alberto de Abreu.
Destacam-se nesse procedimento construtivo os diálogos em formas de quadras populares, dos repentes e da literatura de cordel.
O mérito dos diálogos brilhantes de dois palhaços e a neta de um deles são as rimas afiadas e rápidas, criadas pelo poeta e dramaturgo Abreu a partir da concepção da trama por Beto Andreetta, diretor da Pia Fraus.
Caturrão é um velho palhaço resmungão que rememora o itinerário de sua lona pelo país. Está sempre em primeiro plano no palco e um tanto irritado pelas perguntas insistentes da menina que depois descobre que é sua neta.
A graça está também no exagero com que se autorrepresenta. Ao chorar de saudades, brinca de ilusionismo, tirando lenços de diversos tamanhos do capote. Em seguida, ri de si mesmo.
Parada de mão, monociclo, lira, corda, trapézio são executados ao fundo para representar as lembranças, em geral, comentadas por seu duplo, Catraquinha.
Em cada região, uma característica se sobressai, como números de capoeira na Bahia e de frevo e mamulengos em Recife.
Ao lado da poesia bem falada, figurino e cenografia espetaculares, em jogo de cores sofisticado, e apelo à emoção da plateia, repleta de crianças.
Todos riem durante os 70 minutos de apresentação das atrações que sabem de cor. Não será esse reconhecimento o responsável pela catarse?
Confira o espetáculo e leve as crianças maiores de sete anos. Vai ser uma noite e tanto.
“Caravana” tem direção de Chico Pelúcio (grupo Galpão), cenografia e figurinos de Márcio Medina e iluminação (sensacional) de Wagner Freire.
Elenco: Ronaldo Aguiar, Felipe Oliveira, Gabriela Bernardo, Celso José, Elisangela Ilkiu, Felipe Bellomo, Gabriela Fechter, Hugo Giampietro, Jefferson Negrão, Leticia Leão, Luana Minini, Miguel Ângelo, Nathalia Vieira, Nildo Siqueira, Paulo Maeda, Yuliya Suslova e Zizza.
O Circo Roda tem no repertório “DNA: Somos Todos Muito Iguais” (2010), “Oceano” (2008) e “Stapafúdyo” (2006). Está em cartaz no Sesc Pinheiros até 20/5.
Link:
http://www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/mostra_detalhe.cfm?programacao_id=217101
Teatro para quem gosta de teatro político ou o pacto de Fausto não realizado
03/05/12 09:00A surpresa da peça “Fogo-Fátuo”, com texto de Samir Yazbek, que também representa o protagonista, é a coragem desse personagem. Paradoxalmente se trata de sua própria covardia.
O enredo adapta o mito consagrado pelo poeta alemão Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) à vida contemporânea de um escritor de classe média, que tem sede de conhecimento e é infeliz.
Ele discorda das coisas do mundo, revolta-se com os governos, a política, a economia. Contraria-se com o cotidiano comezinho e com os defeitos humanos.
O espetáculo é minimalista. Há economia de tempo, pois o drama é curto, de 50 minutos. As palavras são calculadas. Os gestos, sutis. Cenário e figurinos são traços.
Arranjado desse modo, o conjunto revela uma espécie de vazio interior, que se projeta sobre o espectador.
A peça parece um filme feito quase todo em plano-sequência. Mostra o diálogo ininterrupto de Fausto e Mefisto (Helio Cicero), com o primeiro em constante apelo à plateia através de um olhar ao mesmo tempo irônico e angustiado.
A não adaptação do escritor é questionada por Mefisto, que lhe sugere desejar coisas comuns, ter um amor, dinheiro, sucesso.
Mas ele quer escrever, quem sabe sobre o próprio Mefisto ou seu desejo de narrar de novo a lenda em que se enreda.
O escritor titubeia, olha para a plateia, volta à sua mesa de trabalho. No fim, desiste, como aquele personagem de Guimarães Rosa, o filho do canoeiro, que não conseguiu tomar o lugar do pai no destino de ficar sempre à imaginária terceira margem do rio.
Essa solução não é explícita, é como a chama movente do fogo. Deixa o espectador em estado de ambiguidade, efeito maior das poéticas.
Na sua aparente desistência, o escritor conforma-se ao estado em que se encontra. A coisa é kafkiana. De que vale um escritor longe de sua mesa de trabalho?
Como pode um escritor desejar algo mais que não seja o ofício da literatura? Longe da escrivaninha, escreveu Franz Kafka (1883-1924), o escritor é esbordoado pelas pinças do diabo.
É nesse ponto que “Fogo-Fátuo” comove e traduz o reconhecimento do público. Todos saem atônitos do teatro.
O mito de Fausto atrai adolescentes pela ousadia de brincar com fogo, de desafiar as forças do mal.
Mas a vida é já tão perversa, e feminina – conforme Goethe escreveu um dia.
Talvez seja por isso que todo pacto demoníaco representado na arte sempre acaba em tragédia.
Ironicamente, Fausto-escritor toma coragem e acovarda-se. O que é bem provável que signifique um gesto de amor e esperança na humanidade.
Adolescentes a partir de 16 anos, acompanhados de seus pais, têm chance de aproveitar as cruéis, mas reais, proposições de “Fogo-Fátuo”.
A direção de “Fogo-Fátuo” é de Antônio Januzelli. A peça tem cenografia de Laura Carone, figurino de Telumi Hellen, trilha sonora original de Marcello Amalfi e iluminação de Osvaldo Gazotti.
Está em cartaz no Sesc Santana. Segue o link:
Crianças salvam Velho Caramujo e o molusco lhes conta histórias encantadas
02/05/12 09:00“A Concha das Mil Coisas Maravilhosas do Velho Caramujo” contém aventuras inesquecíveis e me pergunto por onde navegará agora esse molusco secular, que vive grudado nos cascos dos navios.
O livro traz quatro histórias que ele conta a dois primos: “Sereias com Asas”; “Um Búzio Macambúzio no Paraíso”; “O Rinoceronte Punk de Dürer” e “História Maravilhosa do Coro de Corais”.
Foi escrito pela poeta e tradutora curitibana Josely Vianna Baptista e ilustrado por Guilherme Zamoner (Edições Mirabilia, 2000, 20 páginas).
A autora-narradora conheceu o Velho Caramujo quando avistou, em plena tempestade, Julia e Jerônimo, que passavam férias na ilha dos iguanas, acampados numa gruta.
Eles voltavam de um mergulho e naquele momento salvavam o Velho Caramujo, desmaiado na areia, com o casaco de madrepérolas encharcado.
Foi um deus nos acuda: acenderam fogueira, fizeram uma caminha de folhas e até caldo de peixe.
Coleção de objetos
Depois do jantar, com batatas assadas e bananas-da-terra, quando o Velho Caramujo acordou, explicou que vivia no mar para ver, ouvir e contar histórias.
Para não esquecê-las, escrevia-as em sua concha com uma espinha de peixe molhada em tinta de polvo.
Ele apressou-se em mostrar às crianças sua coleção de objetos: concha de ostra, búzio dos recifes, caracol dourado, vieira rosa, cornetinha lusa, catassol da Índia, concha do Ceilão, todos com histórias gravadas neles.
Sereias com asas
Então o Velho Caramujo contou a primeira aventura, sobre as sereias com asas, que engabelavam viajantes com cantigas de ninar.
Até hoje ele não sabe dizer se as viu ou se sonhou com elas. De qualquer modo, sonhou os seguintes versinhos:
“O mundo tem maravilhas, mil ilhas desconhecidas.
Alegrias e tristezas: vidrilhos de brasa acesa.
Podem estar longe ou perto, no silêncio ou no afinado
zunzum que ouvimos dentro de um búzio espiralado.
Pequeninas ou imensas, podem estar adormecidas
num sonho bom que lembramos, ou no que vem de surpresa.”
Julia e Jerônimo ficaram tão impressionados que nessa noite sonharam com “pássaros que nadam, flores que chovem e barracudas dentuças”.
Rinoceronte de Dürer
Durante um tempo, as crianças esperavam anoitecer, e o Velho Caramujo narrava mais uma aventura, como a do rinoceronte punk de Dürer, de 484 anos atrás.
Dürer não conhecia o bicho, mas “resolveu desenhá-lo a partir da história contada por um viajante que tinha estado na terra dos rinocerontes”.
Medusa dos cabelos de cobras
Depois foi a vez da “História Maravilhosa do Coro de Corais”, em que um caracol se vestia de giz para enganar a Medusa.
O caramujo ia ficar enrascado, mas, por sorte, o herói Perseu surgiu e deu fim na criatura.
Despedida
Essa foi a última aventura que o Velho Caramujo contou às crianças antes de se despedir.
Julia e Jerônimo não gostaram nada da notícia, mesmo que de vez em quando os três discutissem, e o molusco tivesse de contar formiguinhas enquanto os dois desenhavam e demoravam para terminar.
As crianças não davam bola quando ele dizia algo assim: “A quem acabar mais cedo eu conto um segredo”.
O Velho Caramujo precisava viajar em busca da concha das conchas, onde estão guardadas todas as histórias do mundo.
Sobre “A Concha das Mil Coisas Maravilhosas do Velho Caramujo”
O livro mistura referências históricas e literárias, traz notas explicativas e é repleto de poesia.
Ganhou o 6º Prémio Internacional del Libro Ilustrado Infantil y Juvenil do Governo do México em 2002.
A obra está esgotada no Brasil, e as Edições Mirabilia não existem mais. Há uma publicação peruana, por Ediciones Ptyx.
Seus editores, Josely Vianna Baptista e o artista plástico Francisco Faria, fecharam a editora, devido às dificuldades de mantê-la.
Josely disse em entrevista que pretende oferecer o livro a editoras grandes. Quem sabe teremos a chance de ouvir o Velho Caramujo de novo?
São mais de mil histórias. Havia noites na gruta em que Julia e Jerônimo não dormiam. Amanhecia o dia, e a aventura não acabava.
Link para livraria de livros usados, em Curitiba:
Links para posts neste blog sobre a autora:
http://monicarodriguesdacosta.blogfolha.uol.com.br/2012/03/23/ainda-sobre-o-livro-roca-barroca/
Exposição de Guto Lacaz liga a arte na ciência dos motores de “Eletro Livros”
01/05/12 09:00
Arte e ciência numa engenhoca só. A exposição de Guto Lacaz “Eletro Livros” é desconcertante porque as 16 obras instaladas na sala do Centro Maria Antonia se movimentam de acordo com o princípio estético ou científico de cada autor escolhido para fazer parte de seu mecanismo.
A maioria delas foi criada em 2012. A mostra sugere que Lacaz selecionou artistas e cientistas conforme os problemas que procuram resolver em seus próprios trabalhos.
Entre eles estão autores inventores, como Lacaz: Luiz Sacilotto (1924-2003), René Magritte (1898-1967), Waldemar Cordeiro (1925-1973), Vavra Stepanova (1894-1958), Josef Beuys (1921-1986), Marcel Duchamp (1887-1968), Piet Mondrian (1872-1944).
A exposição impacta desde a entrada, onde o visitante precisa ligar um botão para que funcione. Daí em diante são diversão e alumbramento.
O multiartista, arquiteto e performático Guto Lacaz criou motores que movimentam peças sobre os livros de diferentes maneiras. A sensação de epifania, ou descoberta, eletriza crianças e adultos.
A trilha sonora é delicada e introduz sons vibratórios que ressoam na madeira das peças que são os suportes dos objetos animados, como destacou Rafael Vogt Maia Rosa no catálogo.
Obra a obra
Círculos brancos giram sobre a saia irônica de Flávio de Carvalho (1899-1973), em foto que registra performance desse brasileiro modernista, que sai às ruas provocando estranhamento nos passantes.
Na legenda consta: “Flávio na rua com traje New Look” (1952).
O motor no trabalho com Yves Klein (1928-1962) faz girar um globo que representa a Terra, vista do espaço como azul pelos astronautas.
Klein antecipa essa visão no seu “Globo Azul” de 1957.
Na legenda do livro-peça da engrenagem, há a frase de Klein (em livre tradução): “Nem mísseis nem satélites farão do homem o conquistador do espaço… O homem será bem-sucedido em tomar posse do espaço pelas forças… da sensibilidade”.
Essa é uma das chaves de leitura dos “Eletro Livros”, que inauguram esse gênero de objetos estéticos a partir do deslocamento de componentes de naturezas diversas: livro, madeira, motor, eletricidade, coreografia.
Análogo aos trabalhos de Edward Hopper (1882-1967), o motor que movimenta a obra com ele inclui duas circunferências sobre seus olhos, destacando o foco das pinturas desse artista, ou “sua visão da realidade”.
As intervenções e apropriações de Guto Lacaz não param aí. No “Eletro Livro” com o inventor Nikola Tesla (1856-1943), Lacaz evidencia a contribuição de Tesla na transmissão da energia elétrica.
Tesla aperfeiçoou torpedos movidos a controle remoto e sistemas de guias, no início do século 20. O que a máquina com ele faz? Solta faísca!
O curioso é que os livros, nesse contexto, usados como peças das engrenagens, atraem os olhos do espectador com os traços arqueológicos de seus signos: as palavras.
“Eletro Livros”
Exposição em cartaz no Centro Universitário Maria Antonia (da USP) até 24/6. De terça a sexta, das 10h às 21h. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h. Endereço: rua Maria Antonia, 294, região central, tel. 0/xx/11/3123-5201. Grátis
Observação: crianças a partir de oito anos aproveitam mais a exposição do que as menores.
Outras mostras e performances do artista
Em São Paulo, Guto Lacaz realizou as performances “OFNIs – Objetos Flutuantes Não Identificados” (parque do Ibirapuera, 2012); “Ondas d’Água” (Sesc Belenzinho, 2010); “Máquinas V” (Teatro Aliança Francesa, 2009).
Expôs na galeria Marilia Razuk (“Rotores”, 2008); na Capela do Morumbi (“Maquetes Reunidas”, 2008); no Centro Cultural São Paulo (2007); no MAM (“Parede em Movimento”, 2006); no Paço das Artes (“Art Detectors”, 2005); na Pinacoteca do Estado de São Paulo (“Pinacotrens”, 2005); no Itaú Cultural (2001).
Performance em filme, de Guto Lacaz:
Aventuras de menino brincalhão vira encrenca no país dos ferozes quadratins
30/04/12 09:00Divertidíssimo o livro “No País dos Quadratins”, de 1928, mesmo ano da publicação de “Macunaíma”, de Mário de Andrade. Você não vai conseguir parar de ler.
Os adolescentes vão amar o personagem Macunaíma, herói sem caráter, que só quer se dar bem, mas, no fundo, tem bom coração.
Ele é um índio encantado e faz mágicas até para mudar sua casa de lugar: ela sai voando para um paraíso farto de alimentos e de felicidade. Macunaíma vive aventuras na mata e na cidade.
O que esses dois livros têm em comum? A graça, as invencionices, a imaginação extravagante e o estilo de falar, que revelam um jeito de ser que só o brasileiro tem.
“No País dos Quadratins” os capítulos são curtinhos. O livro não precisa de muitas ilustrações para atrair para a leitura, porque a narrativa parece de cinema.
Mas as ilustrações são lindas. Foram criadas pelo pintor Candido Portinari.
As cenas se sucedem nas lembranças do herói, um menino danado de brincalhão. Ele apronta mil travessuras, mas “sabe que homem não conta mentiras”, como escreveu o narrador. Vou explicar.
Um dia, esse herói, João Papinho, foi picado por um maribondo e ficou com a orelha inchada. Então chamou seu exército de amigos para armar vingança.
Até os garotos da colônia entraram na estratégia de guerra. Colônia era como chamavam o lugar onde morava o pessoal que trabalhava na fazenda nessa época, na região Sudeste do Brasil.
O plano era o seguinte: construir um estilingue gigante e atacar a casa de maribondos da jaqueira. A turma ia atirar uma pedra bem grande para destruir o cacho onde esses insetos moravam.
À noite, Tia Genoveva perguntou o que João Papinho tinha feito de bom e de mau. João Papinho contou a ela os planos e os preparativos para acabar com a raça dos maribondos.
Muito calma, Tia Genoveva disse que aquilo era um perigo! Você, leitor, nunca ataque uma casa de maribondos, porque eles voam em cima da gente e suas picadas podem causar até morte.
Para provar isso, a tia resolveu contar a história de um menino desobediente, chamado Cafuné, que fugiu para brincar no rio sem contar para a mãe dele.
Cafuné queria achar a sereia que mora nas águas doces.
Cafuné encontrou um lagarto verde conversador, que lhe disse que essa história de sereia era “mentira de gente”.
O réptil inventou uma incrível história, Cafuné ficou boquiaberto, sobre a guerra entre os lagartos e os tatus, que tinham um rei terrível, a ponto de assassinar o rei dos lagartos.
O lagarto verde convenceu Cafuné a mergulhar no rio para conhecer os peixes. Nunca mais ninguém soube do coitado.
“No País dos Quadratins”, você ouve canto de passarinho e vê menino viajar pelo espaço depois de ser atirado às alturas pelo tal estilingue.
Nessa nova aventura, João Papinho encontra as criaturas que dão título ao livro: os ferozes quadratins. É a maior confusão.
O livro foi escrito por Carlos Lébeis, da mesma época de Monteiro Lobato.
Confira no link da editora do livro, a CosacNaify:
http://editora.cosacnaify.com.br/ObraSinopse/11628/No-pa%C3%ADs-dos-quadratins-.aspx
História de Fernando Anhê
29/04/12 09:00História de Fernando Anhê
28/04/12 09:00Música dá vida aos personagens Barbeiro de Sevilha, Cinderela, João e Maria. Amanhã tem concerto com circo e bonecos
27/04/12 14:24Em 10/3, num sábado, a Sala São Paulo estava lotada para o espetáculo “Cenas de Ópera”. O diretor Mauro Wrona e o maestro João Maurício Galindo apareceram à frente do palco, explicaram os significados de ópera, opereta e sinfonieta.
Contaram com graça e simplicidade a história do barbeiro chamado Figaro, que morava em Sevilha. No início do século 19, os barbeiros puxavam a conversa de sempre com os clientes e, quando alguém precisava, até arrancavam dentes.
Figaro encontra um conde que lhe conta sua paixão por uma garota, e o barbeiro resolve ajudá-lo a se casar com ela.
Esse enredo passou então a ser o guia para a plateia entender a abertura da ópera “O Barbeiro de Sevilha” (1816), do italiano Gioacchino Rossini, que foi executada pela Sinfonieta Tucca Fortíssima (orquestra de câmara), sob a regência do maestro João Maurício Galindo.
“Cenas de Ópera” também incluiu as composições de Rossini e Humperdinck “Cinderela” e “João e Maria”.
Os dançarinos deram um colorido especial às cenas e divertiram adultos e crianças de três a 13 anos, que corriam pela plateia, acompanhadas dos pais e avós com a missão de ensinar-lhes a ouvir música. Durante o concerto, todo mundo ficou quietinho.
“O Carnaval do Seu Noé” é o concerto deste sábado
Amanhã (28/4), às 11h, será apresentado o concerto “O Carnaval do Seu Noé”, com participação do ator Raul Barretto, do grupo Parlapatões, e da cia. Pia Fraus.
A Sinfonieta Tucca Fortíssima tem regência do maestro Luís Fidelis.
O texto e a direção do espetáculo são de Paulo Rogério Lopes.
“O Carnaval do Seu Noé” apresenta “O Carnaval dos Animais”, do francês Camille Saint-Saëns, “A Ocasião Faz o Ladrão”, de Rossini, e os movimentos “O Gato e o Lobo”, de Prokofiev, da obra “Pedro e o Lobo”, e “Amanhecer”, de Grieg.
Os pianistas convidados são Érika Ribeiro e Miroslav Georgiev.
A pesquisa musical é de Galindo.
Concertos da série Aprendiz de Maestro
Em 26/5 será a vez de “Copélia”, com a cia. Brasileira de Danças Clássicas. A sinfonieta será regida pelo maestro João Maurício Galindo.
O espetáculo tem direção de Mauro Wrona e assistência de Paulo Rogério Lopes.
Aprendiz de Maestro tem sete apresentações em 2012, que são mensais.
Os concertos são animados por atores, palhaços, dançarinos ou bonecos, que ajudam o público infantil a entender as músicas apresentadas.
Entre os convidados para as apresentações de 2012, estão Cassio Scapin, Domingos Montagner e Fernando Sampaio, da cia. La Mínima, Daniel Warren, Fábio Espósito, entre outros.
A regência da Sinfonieta Tucca Fortíssima é realizada pelos maestros João Maurício Galindo e Luís Fidelis.
Projeto Música para a Cura
A Tucca, Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer, atende no hospital Santa Marcelina, na zona leste, com salas cheias de brinquedos.
Quando o visitei, há dois meses, adultos e crianças ali foram unânimes em dizer que recuperar a saúde traz uma alegria contagiante.
Meninas e meninos ficam curados e quem aproveita é o público todo, porque seu projeto Música pela Cura, desde 2002, reverte a renda bilheteria dos espetáculos para o financiamento de tratamentos e a manutenção do hospital, sob os cuidados dos médicos Sidnei Epelman e Cláudia Epelman.
O projeto já ajudou mais de 1.500 crianças e adolescentes.
Há vários patrocinadores: Pinheiro Neto Advogados, Valeo, Ypê, Comexport, Itaú, Credit Suisse, Novartis Oncologia, entre outros, por meio da Lei Rouanet.
Link para comprar ingressos:
Link para a Tucca:
Link para a Sala São Paulo:
www.osesp.art.br/portal/paginadinamica.aspx?pagina=salasaopaulo
Mar chora em peça de teatro encantada, do grupo As Meninas do Conto
26/04/12 09:00Em “Por que o Mar tanto Chora”, a cia. As Meninas do Conto” explica a razão da tristeza oceânica na forma de um mito brasileiro, adaptado das lendas “Dona Labismina”, de Sílvio Romero (1851-1914), e “Bicho de Palha”, de Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) .
Em toda a história humana, o mar, o Sol, a Lua e a Terra são objetos das mais intrigantes metáforas. Na peça, o mar chora por causa da irmã da princesa Maria, Labismina, que teve o destino de nascer encantada numa serpente e passou a vida enrolada no pescoço de Maria.
Isso aconteceu porque os pais delas queiram ter filhos e não conseguiam. A mãe então pediu algo assim: “Quero um filho nem que seja um capeta”. Pronto, a tragédia chegou em forma da filha-cobra, irmã gêmea de Maria.
As meninas viviam felizes, cresceram e veio a hora de casar. O rei deu a mão de Maria a um velho amigo rei, muito rico.
Desconsolada, Maria foi para perto do mar e pediu às águas que impedissem o casamento. Mistério: o mar deu a ela três lindos vestidos.
Labismina teve apenas um desejo: mergulhar e morar no fundo dos oceanos. Pediu à irmã, quando Maria se livrasse do pretendente e descobrisse o amor, que fosse chamá-la na praia.
A princesa fugiu para um reino distante e empregou-se para cuidar do galinheiro.
O rei desse reino deu uma festa de três dias como uma maneira de encontrar uma noiva para o filho. Como fez a Cinderela, Maria foi ao baile e usou suas lindas vestes.
Não é que o príncipe se apaixonou? O resto da história você já deve imaginar, exceto que Maria se esqueceu da promessa feita à irmã. Por isso, até hoje, o mar vive a chorar.
As contadoras de histórias e atrizes Simone Grande, Fabiane Camargo, Norma Gabriel e Fernanda Raquel se revezam, misturando a narração com teatro, humor e delicadeza.
Cantam com apoio de instrumentos musicais executados ao vivo e têm excelente coreografia, apoiam-se num esvoaçar de panos e saias, que se transformam em capas, aventais, mantos.
“Por que o Mar tanto Chora” ganhou em 2002 os prêmios APCA (da Associação Paulista de Críticos de Arte) e Panamco (então distribuidora do refrigerante Coca-Cola).
Agora em nova versão, em comemoração aos 15 de aniversário do grupo, a peça está em cartaz no teatro Cacilda Becker (SP).
Link para o site de As Meninas do Conto:
http://www.meninasdoconto.com.br/omar.html
Link para o teatro: