Aventuras de menino brincalhão vira encrenca no país dos ferozes quadratins
30/04/12 09:00Divertidíssimo o livro “No País dos Quadratins”, de 1928, mesmo ano da publicação de “Macunaíma”, de Mário de Andrade. Você não vai conseguir parar de ler.
Os adolescentes vão amar o personagem Macunaíma, herói sem caráter, que só quer se dar bem, mas, no fundo, tem bom coração.
Ele é um índio encantado e faz mágicas até para mudar sua casa de lugar: ela sai voando para um paraíso farto de alimentos e de felicidade. Macunaíma vive aventuras na mata e na cidade.
O que esses dois livros têm em comum? A graça, as invencionices, a imaginação extravagante e o estilo de falar, que revelam um jeito de ser que só o brasileiro tem.
“No País dos Quadratins” os capítulos são curtinhos. O livro não precisa de muitas ilustrações para atrair para a leitura, porque a narrativa parece de cinema.
Mas as ilustrações são lindas. Foram criadas pelo pintor Candido Portinari.
As cenas se sucedem nas lembranças do herói, um menino danado de brincalhão. Ele apronta mil travessuras, mas “sabe que homem não conta mentiras”, como escreveu o narrador. Vou explicar.
Um dia, esse herói, João Papinho, foi picado por um maribondo e ficou com a orelha inchada. Então chamou seu exército de amigos para armar vingança.
Até os garotos da colônia entraram na estratégia de guerra. Colônia era como chamavam o lugar onde morava o pessoal que trabalhava na fazenda nessa época, na região Sudeste do Brasil.
O plano era o seguinte: construir um estilingue gigante e atacar a casa de maribondos da jaqueira. A turma ia atirar uma pedra bem grande para destruir o cacho onde esses insetos moravam.
À noite, Tia Genoveva perguntou o que João Papinho tinha feito de bom e de mau. João Papinho contou a ela os planos e os preparativos para acabar com a raça dos maribondos.
Muito calma, Tia Genoveva disse que aquilo era um perigo! Você, leitor, nunca ataque uma casa de maribondos, porque eles voam em cima da gente e suas picadas podem causar até morte.
Para provar isso, a tia resolveu contar a história de um menino desobediente, chamado Cafuné, que fugiu para brincar no rio sem contar para a mãe dele.
Cafuné queria achar a sereia que mora nas águas doces.
Cafuné encontrou um lagarto verde conversador, que lhe disse que essa história de sereia era “mentira de gente”.
O réptil inventou uma incrível história, Cafuné ficou boquiaberto, sobre a guerra entre os lagartos e os tatus, que tinham um rei terrível, a ponto de assassinar o rei dos lagartos.
O lagarto verde convenceu Cafuné a mergulhar no rio para conhecer os peixes. Nunca mais ninguém soube do coitado.
“No País dos Quadratins”, você ouve canto de passarinho e vê menino viajar pelo espaço depois de ser atirado às alturas pelo tal estilingue.
Nessa nova aventura, João Papinho encontra as criaturas que dão título ao livro: os ferozes quadratins. É a maior confusão.
O livro foi escrito por Carlos Lébeis, da mesma época de Monteiro Lobato.
Confira no link da editora do livro, a CosacNaify:
http://editora.cosacnaify.com.br/ObraSinopse/11628/No-pa%C3%ADs-dos-quadratins-.aspx