Folha de S.Paulo

Um jornal a serviço do Brasil

  • Assine a Folha
  • Atendimento
  • Versão Impressa
Seções
  • Opinião
  • Política
  • Mundo
  • Economia
  • Cotidiano
  • Esporte
  • Cultura
  • F5
  • Classificados
Últimas notícias
Busca
Publicidade

Mônica Rodrigues da Costa

Comentários culturais para crianças e adultos lerem juntos

Perfil Comentários e dicas culturais, literatura, teatro, HQ, circo, cinema, artes plásticas, entre outras

Perfil completo

Lobisomem e laboratório de biogenética se combinam em romance de aventura

Por Mônica Rodrigues da Costa
13/04/12 11:32

Ilustração de Kipper

“Armadilha para Lobisomem” não serve para ninar e assustar criancinhas quando o homem esquisito da lenda pula para a floresta virando lobo em noite de lua cheia. Esse livro, do Luiz Roberto Guedes, traz  trama complexa e pós-moderna.

Uma empresa transnacional, corrupta, tem um escritório numa cidade local, São Luís, no Maranhão, e cerca a fera brasílica para sequestrar seu código genético. A armadilha tem olhos verdes e se envereda por uma história de amor.

Tráfico de genes, plantas híbridas que rendem milhões de dólares, captura de lobisomem a qualquer preço. Um mundo fora da ética, repleto de gângsteres.

Tudo porque o livro conta a história das Organizações Platino, que criaram a Orchidea platina, nova espécie derivada de um gene de água-viva que os cientistas do chamado “Império Platino” “insertaram” numa orquídea.

A planta luminosa virou mania planetária. Deu ideia de outros seres – e mais lucro a essa empresa, ainda conhecida como o Laboratório BioPlatek.

Esse ninho de cobras criou seres que mereciam estar expostos num circo: Zebrelho (coelho combinado a zebra), Goldina (galinha que põe ovos dourados), Octo-Plux (minipolvo fluorescente).

Então será a vez de explorar o lobisomem. Acharam esqueleto de criatura esquisita na Chapada do Araripe, com ossos atravessados por bala de prata, o que é típico da lenda do homem que vira cachorro-do-mato.

Guedes compõe metáforas mirabolantes e peripécias de arrepiar os cabelos. Mistura poesia, arqueologia, genética, política, cultura pop.

Só o personagem do lobisomem rende um blog inteiro. O monstro foi descrito de forma inesquecível pelo escritor José Lins do Rego (1901-1957).

O lobisomem de Guedes vive em um romance de mistério e suspense, de leitura veloz. O melhor da história está nas pistas, nas entrelinhas. 

O paulistano Guedes domina o jogo de palavras, a paródia, a ironia e a arte de narrar. Escreve um enredo com a técnica da intertextualidade.

Remete o leitor para o cinema de Indiana Jones e de ação, para a MPB, para cenas da literatura, para o imaginário brasileiro.

Quem tem 11 anos vai usufruir de “Armadilha para Lobisomem” (184 páginas).

Guedes parodia o próprio gênero de literatura de aventura e suspense que usa para escrever. No meio da narrativa mitológica, insere o retrato da vida contemporânea.

A pior parte: cinismo, corrupção, corrida desenfreada pelo lucro.

A melhor: avanços científicos, conscientização sobre o ambiente e limites de crescimento, referências, literárias ou não, para o leitor decifrar.

Não precisa dizer que esse livro é um prato-cheio para professores de biologia e de português, redação, comunicação e expressão.

As ilustrações são de Henrique Kipper (fotos).

Da Cortez Editora. A atual edição está no padrão da nova ortografia, segundo Guedes (em vigor a partir de 2013).

Link:

http://www.cortezeditora.com.br/DetalheProduto.aspx?ProdutoId=%7B3FBD5BBC-D7B3-E011-955F-842B2B1656E4%7D

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor
  • Comentários
  • Facebook

Comentários

  1. Luiz Roberto Guedes comentou em 13/04/12 at 14:56

    Querida Mônica, fiquei lisonjeado com esse seu olhar penetrante e compreensivo sobre o meu monstro de estimação. Gracias. Abraço.

    • Mônica Rodrigues da Costa comentou em 13/04/12 at 23:35

      O lobisomem é um mito instigante, né? 🙂

Publicidade
Publicidade
  • RSSAssinar o Feed do blog
  • Emailmonicarodrigues@panisecircus.com.br

Buscar

Busca

Tags

3D adolescente Andersen anhê APCA Baptista Barroca bonecos Candiotto Carlos circo Cirque ici concerto criança Duchamp exposição fernando Fernando Anhê Fernando Anhê Pow Imago Fraus Histórias HQ Hugo Cabret Imago Johann Le Guillerm Josely Literatura lobo mito Modernismo música Parlapatões pedro Pia poesia pow Prokofiev ricardo rodrigues Roça Sergei sesc Shakespeare teatro Vianna
Publicidade
Publicidade
Publicidade
  • Folha de S.Paulo
    • Folha de S.Paulo
    • Opinião
    • Assine a Folha
    • Atendimento
    • Versão Impressa
    • Política
    • Mundo
    • Economia
    • Painel do Leitor
    • Cotidiano
    • Esporte
    • Ciência
    • Saúde
    • Cultura
    • Tec
    • F5
    • + Seções
    • Especiais
    • TV Folha
    • Classificados
    • Redes Sociais
Acesso o aplicativo para tablets e smartphones

Copyright Folha de S.Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress (pesquisa@folhapress.com.br).