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Mônica Rodrigues da Costa

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Ainda sobre o livro “Roça Barroca”

Por Mônica Rodrigues da Costa
23/03/12 09:00

O deciframento crítico de linguagens e procedimentos não tem o objetivo de ser a palavra final sobre uma obra, mas o de contribuir para a construção de seu sentido.

Os poemas de Josely Vianna Baptista no livro “Roça Barroca” (CosaNaify, 2011) preservam muitas características do estilo de sua poesia anterior: jorro e multiplicidade de imagens; pendor para o surrealismo e para a exploração do tempo do mito; economia no uso da pontuação gramatical; exploração linguística e plástica da palavra, como no poema “ar”.

No plano semântico, a poeta faz com que o signo tome distância de seu objeto, ou seja, constrói versos ambíguos e difíceis muitas vezes de entender, ultrapassando a ambiguidade essencial da poesia e chegando ao questionamento do significado.

Como na segunda estrofe do poema “reductio”: 

“então reviu em sonho

o berço de menino, o regaço

materno, o abraço proibido

e sua vã memória

converteu-se em

dilúvio”.

Quem é o personagem? Nos poemas anteriores a esse, no livro, percebe-se que é a terceira pessoa do singular masculina e o assunto é o périplo apaixonado, mesmo que seja “o roteiro do error/ (do latim errore):/ viagem sem rumo/ e sem fim…”.

Mais narrativos que em livros anteriores de Josely Vianna Baptista, os poemas de “Roça Barroca” tratam de personagens históricos, como Antônio de Gouveia, que dá título a um deles, e a Cia. de Jesus, e situam-se entre a poética da etimologia e a procura de entendimento sobre “a terra do Brasil”.

Em certos momentos, são líricos, prolongam, como típico nesse gênero, o instante emotivo, como no caso de “da saudade”, que “vem brotar/(soledad)/da própria/rocha”.

A poeta conta como portugueses se misturaram com os nativos brasileiros e representa sincreticamente essa relação no bilinguismo de “Roça Barroca”, como no poema “Pablo Vera”.

Outras obras da autora

Sem a finalidade de listar todos os livros da autora, destaco as obras “Ar” (Iluminuras, 1991). “Corpografia”, em colaboração com Francisco Faria (Iluminuras, 1992). “Os Poros Flóridos” (1995; foi incluído em 2007 em “Sol sobre Nuvens”, Perspectiva), entre outros.

A poeta integrou a antologia “Desencontrários Unencontraries – 6 Poetas Brasileiros” –Nelson Ascher , Régis Bonvicino, Haroldo de Campos, Duda Machado, Josely Vianna Baptista, Paulo Leminski,  com traduções para o inglês de Regina Alfarano [ et al.] (Curitiba: Associação cultural Avelino Vieira/Bamerindus, 1995).

Participou da coletânea de poemas “Sol”, edição artesanal por Guilherme Mansur, de “volantes”, como informa Régis Bonvicino em “O Gesto Poético de um Artesão”. Folha de S. Paulo, “Mais!”, 17 de abril de 1994.

São muitas as traduções de Josely, de poetas e prosadores, mas fica para outra vez.

Links para livros da autora: http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?isbn=8527307758&sid=62497119613614724683827167

Capa de "Sol sobre Nuvens"

http://www.iluminuras.com.br/v1/verdetalheslivros.asp?cod=96

 

"Corpografia", de Josely Vianna Baptista e Franscisco Faria

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Comentários

  1. Dario Uzam comentou em 23/03/12 at 12:13

    Poema lindo! Imagens se formando e se disfazendo…gigante!

    • Mônica Rodrigues da Costa comentou em 23/03/12 at 23:38

      Grata pela leitura, Dario!

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