"A Invenção de Hugo Cabret" brinca com a ilusão de narrar
28/02/12 00:01
“A Invenção de Hugo Cabret” é uma brincadeira com a criação da imagem no cinema. Emociona ver o filme em 3D com as primeiras construções do ilusionista Georges Méliès (1861-1938) para produzir filmes fantásticos, encenados com atores num teatro, com truques da linguagem da animação.
O filme é uma homenagem à reinvenção da narrativa pelo cinema, que revolucionou o gênero literário para sempre. O escritor e crítico Maurice Blanchot (1907-2003) escreveu que Ulisses –paradigma da narrativa literária clássica– matou a arte de narrar [na literatura] ao sobreviver ao canto das sereias em um episódio de seu périplo.
O raciocínio de Blanchot foi o seguinte: ninguém sobrevive ao canto mavioso das sereias. Mas Ulisses voltou para contar a história e simbolicamente esse retorno adormeceu a narrativa. O argumento é que, para vencer, Ulisses armou-se de tecnologia: prendeu-se ao mastro do navio, pôs cera nos ouvidos, entre outras artimanhas.
“A Invenção de Hugo Cabret” mostra a técnica atual a serviço da recuperação dos efeitos poéticos da tecnologia conquistados com a invenção do cinema de ficção. Por isso, ver esse filme em 3D é duplamente revelador, do passado e do futuro.
Tudo no filme se amarra ao tique-taque do relógio. A vida do menino regulando as engrenagens das máquinas da estação e perambulando entre os passantes. A trilha sonora volteada, um arabesco de Debussy, ou Satie, tudo bem, para os mais velhos as composições desses autores são quase hits, mas crianças e jovens não conhecem esses músicos nem a infância do início do século 20.
Quando estamos no cinema, perguntamo-nos se a história é real ou não. Os personagens Georges Méliès e a esposa atriz visitam um circo e conhecem a máquina de filmar, inventada pelos irmãos Lumière.
Ele vende o que tem e constrói um estúdio para realizar filmes que mostram sereias, o fundo do mar, guerreiros em luta com dragões. Vem a guerra, destrói tudo. Méliès sobrevive com uma loja de brinquedos nessa estação ferroviária.
Época da máquina a vapor, o planeta pulsa com a maria-fumaça. O espectador segue os passos do garoto Hugo Cabret, em interpretação arrebatadora do ator Asa Butterfield (do filme “O Menino do Pijama Listrado”). Ele herda do pai, morto recentemente, um autômato que vai aproximá-lo do cineasta Méliès.
O filme é dirigido por Martin Scorsese, que adaptou o enredo e os desenhos do livro “A Invenção de Hugo Cabret” (ed. SM; 2007), de Brian Selznick.
È um filme fantástico para crianças, mexe muito com a imaginação pois a construção de cenários e efeitos visuais surrealistas fazem desse um dos melhores filmes infantis desde os primeiro de Scorcese.
ALÔ!!! INFORME-SE ANTES DE ESCREVER!! QUEM DIRIGIU LARANJA MECÂNICA FOI STANLEY KUBRICK.
Isso tá na página 1, da aula 1 de cinema básico!
Ufa, grata pelo puxão de orelha. Já fiz a correção
A crítica está bem interessante. Mas Martin Scorcese não dirigiu Laranja Mecânica, quem o dirigiu foi Stanley Kubrick. Scorcese dirigiu grandes filmes de violência, como o marco Taxi Driver.
Boa crítica. Mas Martin Scorcese não dirigiu Laranja Mecânica. Quem o fez foi Stanley Kubrick. Scorcese dirigiu o igualmente clássico Taxi Driver.
Gratíssima, Diana, pela correção
Mônica, só agora te vi na vizinhança! Bem-vinda, beijo
obrigada, Josélia! bj
Sucesso, Mônica! Bjs
Grata, Alonso!
Ah… é Scorsese… Com dois “s”….
grata por me alertar. fiz a correção
Mônica, mestre!
Fico feliz em ler seu trabalho do outro lado da tela! Parabéns e siga firme!
Bjs
grata, Rods